Para que é utilizado?
Usa-se
maioritariamente para obter imagens dos ossos do esqueleto e na
avaliação do pulmão, embora seja muito útil também para localização de
níveis de gás e/ou sólidos como por exemplo no abdómen.
Como é realizado?
A
pessoa a examinar deita-se de forma estável na mesa (marquesa) de exame
ou segura-se através de suportes se o exame for executado em pé,
enquanto o técnico de radiologia realiza o exame (imagens instantâneas).
Estas imagens são então “trabalhadas” e gravadas em formato digital
ficando assim disponíveis para impressão em CD e papel.
É necessária alguma preparação?
Poderá ser necessário tirar peças de roupa assim como jóias ou outros objectos que possam causar “ruído” na imagem.
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Radiologia em debate em Guaraí-To vamos se empenhar a o maxímo nessa área fascinante.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Radiologia Convencional
CÁLCULO DA TÉCNICA RADIOLÓGICA
OS FATORES
FORMADORES DA TÉCNICA RADIOLÓGICA E O CÁLCULO DA TÉCNICA RADIOLÓGICA.
GENERALIDADES:
Para se obter uma boa imagem no filme radiográfico, além de um bom posicionamento do paciente ou estrutura a ser radiografada, devemos saber utilizar corretamente os “Fatores radiográficos ou elementos formadores da TECNICA” utilizada para determinado caso, de forma equilibrada e que esteja dentro dos padrões de segurança e tolerância do organismo. Tais elementos são : o kV (Quilovolt), a mA (mili amperagem), o t (tempo de exposição em seg.), a “D” (distância em cm) e a constante do aparelho (K). Existem também outros fatores, como por exemplo: o uso ou não de grades, o tipo de Écran (grão fino, médio ou grosso), o EFEITO ANÓDICO e as condições do químico usado para a revelação do filme.

Painel ou mesa de comando mostrando os fatores radiográ ficos, botões seletores de voltagem e bucky, de preparo e disparo, Leds indicadores e Agulhas com escala de leitura.
*O QUE SIGNIFICA :
A) A tensão (kV): Fator radiográfico que representa a qualidade dos raios-x, sendo também responsável pelo poder de penetração dos raios-x e pelos contrastes intermediários entre o PRETO e o BRANCO (tons de Cinza). OBS: Quanto mais kV empregado, maior será o poder de penetração, ou seja, nos exames de maior espessura a radiação secundária produzida é proporcional a quilovoltagem empregada.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE KV.
O KV está relacionado com a energia do feixe de raios-x;
Quanto maior o valor do KV aplicado, maior será a força de penetração dos fótons;
Em grande parte dos aparelhos de raios-x os valores de KV estão disponíveis em uma escala que varia entre 40 e 120KV;
O KV é o principal fator de controle da imagem.
Outra expressão usada para o cálculo do KV, descrita em algumas literaturas é:
ESP x 2 + CA=KV, onde:
ESP = espessura da área em cm;
CA = Constante do Aparelho;
KV = o que se quer saber.
Como calcular o kV? – Através da fórmula:
kV = 2 x e + K, onde:
kV é a quilovoltagem que se deseja, multiplica-se a “e” (espessura) por 2 e soma-se com a “K” (constante do aparelho).
EX: kV = ?
e =
20 cm, K = 30
kV = 2 x e + K
kV
= 2 x 20 + 30
kV = 40 + 30
kV = 40 + 30
Resposta: kV = 70.
OBS: para encontrar a espessura da região a ser radiografada “e”, utilizamos um instrumento denominado “ESPESSÔMETRO”, que nada mais é que um tipo de régua ou escala graduada em “cm”. Caso não disponha deste instrumento, utilize uma fita ou régua para obter a medida.
B) A corrente mAs: Fator radiográfico que representa a quantidade de raios-x, sendo também responsável pelos contrastes fortes (PRETO e BRANCO). Essa quantidade depende do Tempo usado, pois o aumento de um pode ser compensado com a diminuição do outro, daí o termo mAs (mA x tempo). O mA depende do aquecimento fornecido ao CATÓDIO (-), pois quanto maior for o aquecimento, maior será a quantidade de elétrons flutuando sobre o catódio, ou seja, maior será a nuvem eletrônica que será projetada para a superfície do ANÓDIO, produzindo assim maior quantidade de raios-x.
A corrente não é calculada e sim calibrada na mesa de comando.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE mAs.
O mAs é o produto (multiplicação) da corrente do tubo (mA) pelo tempo de exposição (t) em segundos;
O mAs define a quantidade de fótons de raios-x aplicados em uma exposição radiográfica;
Quanto maior o mAs, maior a quantidade de fótons de raios-x no feixe e, consequentemente, maior o grau de enegrecimento (densidade) da imagem.
Como calcular o mAs ? – Através da fórmula: mAs = mA x t, onde:
mAs = é o que se deseja, o mA( miliampére) multiplica-se pelo t (tempo).
EX: mAs = ?
mAs = mA x t
mA = 300 mAs = 300 x 0,5
t = 0,5 s
Resposta : mAs = 150
Outra expressão matemática descritas em algumas literaturas:
mAs / s = mA
mAs / mA = s
O cálculo do mAs pode ser obtido através da expressão matemática:
KV x CMR = mAs, onde:
CMR = Constante Miliamperimétrica Regional.
A CMR é atribuída aos diferentes tecidos e órgãos do corpo humano.
TECIDOS / ÓRGÃOS: CMR
OSSOS = 1.0
PARTES MOLES = 0.8
PULMÕES = 0.03
C) t(s): Fator radiográfico que caracteriza o “Tempo de exposição em segundos”, está intimamente ligado com a mA, pois é o tempo de aquecimento do CATÓDIO (-), lembre-se ! quanto maior for o aquecimento, maior será a quantidade de elétrons produzidos (nuvem eletrônica), ou seja maior será a quantidade de raios-x que é empregada. O tempo (t) é a duração da emissão dos raios-x e deve ser curto nas radiografias de órgãos em movimento, com por exemplo: Coração, intestino (peristalse), pulmões etc.
D) K (CA): Fator radiográfico que caracteriza a constante do aparelho, ou seja, são padrões técnicos dos componentes eletrônicos, de acordo com sua potência (padrões do fabricante). Geralmente, utilizamos um K=30 (de 20~30*)
Como calcular a K ? – Através da fórmula usada para calcular o kV:
kV = 2 x e + K, por exemplo:
mA = 300 mAs = 300 x 0,5
t = 0,5 s
Resposta : mAs = 150
Outra expressão matemática descritas em algumas literaturas:
mAs / s = mA
mAs / mA = s
O cálculo do mAs pode ser obtido através da expressão matemática:
KV x CMR = mAs, onde:
CMR = Constante Miliamperimétrica Regional.
A CMR é atribuída aos diferentes tecidos e órgãos do corpo humano.
TECIDOS / ÓRGÃOS: CMR
OSSOS = 1.0
PARTES MOLES = 0.8
PULMÕES = 0.03
C) t(s): Fator radiográfico que caracteriza o “Tempo de exposição em segundos”, está intimamente ligado com a mA, pois é o tempo de aquecimento do CATÓDIO (-), lembre-se ! quanto maior for o aquecimento, maior será a quantidade de elétrons produzidos (nuvem eletrônica), ou seja maior será a quantidade de raios-x que é empregada. O tempo (t) é a duração da emissão dos raios-x e deve ser curto nas radiografias de órgãos em movimento, com por exemplo: Coração, intestino (peristalse), pulmões etc.
D) K (CA): Fator radiográfico que caracteriza a constante do aparelho, ou seja, são padrões técnicos dos componentes eletrônicos, de acordo com sua potência (padrões do fabricante). Geralmente, utilizamos um K=30 (de 20~30*)
Como calcular a K ? – Através da fórmula usada para calcular o kV:
kV = 2 x e + K, por exemplo:
K = ?
kV = 80
kV = 80
e = 25 cm
kV = 2 x e + K
80 – 50 = K
80 = 2 . 25 + K
80 = 50 + K
80 = 2 . 25 + K
80 = 50 + K
Resposta: K = 30
OBS: Quando a grade usada for da proporção 8:1, a constante do aparelho é = a 30;
Se for de 12:1, a constante será = 40.
A grade antidifusora, criada pelo Dr. Gustav Bucky, consiste em um conjunto de finas lâminas de chumbo separadas por um material radiotransparente muito leve e possui a função de absorver radiação espalhada (secundária) originada a partir da interação do feixe de raios-x primário de radiação com a área de interesse / ou parte do corpo do paciente. Deve ser usada quando a quilovoltagem for superior a 70KV.
Existem grades fixas (Dr. Gustav Bucky) e móveis (Dr. Hollis E. Potter e Dr. Gustav Bucky – sistema POTTER-BUCKY).
E) D: fator radiográfico que caracteriza a distância do foco até o filme (DfoFi), ou seja, relaciona-se com a quantidade de raios-x que saindo do foco chega até o objeto.
Essa quantidade é inversamente proporcional ao quadrado da distância e é um fator que não está relacionado diretamente com a mesa de comando.
De acordo com a Lei de Kepler, ao dobrarmos a distância foco-filme (DfoFi), teremos que quadruplicar a intensidade da radiação, para que possamos obter uma radiografia de padrões semelhantes.
Lembre-se, a distância é medida em cm ou m, sendo mais comumente usada a distância de 100 cm ou 1 m.
F) Efeito Anódico: Fenômeno que explica a quantidade a mais de radiação no lado do CATÓDIO (-). Relaciona-se com o ângulo de inclinação do alvo ou pista de choque dos elétrons no ANÓDIO (+). Portanto, o CATÓDIO (-) sempre deve estar voltado para a região de maior densidade, por exemplo:
Em uma radiografia da coluna tóraco-lombar em AP, o CATÓDIO deve estar voltado para a região lombar, radiografia do joelho em AP, o CATÓDIO voltado para o lado da coxa e etc.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES:
Efeito Anódico: O efeito anódico descreve um fenômeno em que a intensidade da radiação emitida pelo catodo do emissor de raios X é maior do que a do anodo.
Isso se deve ao fato de o ângulo da face do anodo sofrer grande atenuação ou absorção de raios X pelo terminal do anodo.
Estudos mostram que a diferença de intensidade do catodo para o anodo no feixe de raios X pode variar de 30% a 50%, dependendo do ângulo alvo.
Em geral, quanto menor o ponto focal, maior o efeito anódico.
Observação: Um ângulo anódico mais preciso (menor que 12°) também aumenta o efeito anódico, mas isso é determinado pelo fabricante, e não pelo técnico / tecnólogo / radiologista.
RADIOLOGISTA: CIPRIANO SOUSA.
sábado, 14 de abril de 2012
Pixel, voxel e resolução de imagem
Pixel
Um pixel (abreviatura do termo inglês “picture element”) é um dos
milhares de minúsculos pontos que aparecem no quadriculado de uma tela
ou de uma folha impressa. Estes pontos, ou blocos, têm cada um sua cor
para mostrar imagens nas telas do computador, e representam os menores
elementos que podem ser manipulados para gerar gráficos. Como não são
infinitamente pequenos, os pixels só se aproximam da cor real de um
objeto. Por esta razão, as linhas das imagens geradas por computador
(denominadas bitmaps) exibem um aspecto irregular quando se olha bem de
perto.
Voxel
Em uma representação tridimensional (volume rendering), partimos de
um conjunto de dados (matriz) tridimensional, onde cada elemento é
chamado de um voxel (volume element). A imagem latente (MicroVoxel
Isotropic Voxel)significa um elemento do volume, é o elemento básico
tridimensional.Isotropico, para indicar que o objeto possui o mesmo
tamanho em todas as dimensões.Um voxel isotrópico é conseqüentemente um
cubo.
Resolução
Resolução, nível de detalhe obtido após a digitalização de uma
grandeza analógica. A resolução é também usada para expressar o grau de
qualidade de um monitor, de uma impressora, de um scanner ou de um
gravador digital de som.
Em monitores de vídeo de computadores, a resolução se define como o número de pixels por unidade de comprimento (um centímetro ou uma polegada) que podem ser exibidos na tela ou o número de bits usados para representar a cor desses pixels ;quanto maior, melhor será o monitor. Em uma impressora ou scanner, a resolução é dada pela quantidade de pontos que podem ser impressos ou capturados da imagem original por unidade de comprimento. A resolução de um gravador digital de som diz respeito à quantidade de bits usados para representar cada amostra de som e à quantidade de amostras obtidas por unidade de tempo.
Baixa resolução, termo que se aplica a um monitor ou a uma imagem cujos textos e gráficos aparecem com um nível baixo de detalhe.
Em monitores de vídeo de computadores, a resolução se define como o número de pixels por unidade de comprimento (um centímetro ou uma polegada) que podem ser exibidos na tela ou o número de bits usados para representar a cor desses pixels ;quanto maior, melhor será o monitor. Em uma impressora ou scanner, a resolução é dada pela quantidade de pontos que podem ser impressos ou capturados da imagem original por unidade de comprimento. A resolução de um gravador digital de som diz respeito à quantidade de bits usados para representar cada amostra de som e à quantidade de amostras obtidas por unidade de tempo.
Baixa resolução, termo que se aplica a um monitor ou a uma imagem cujos textos e gráficos aparecem com um nível baixo de detalhe.
Alta resolução
Alta resolução, termo aplicado à tela ou imagem de alta qualidade que
reproduz texto ou gráficos. A alta resolução está baseada no número de
pixels (pontos) utilizados para criar uma imagem. Quanto mais pixels,
maior resolução. Atualmente, é habitual uma resolução de até 1.280 por
1.024 pixels.
Usando o Computador para Processamento de Imagens Médicas
O dia a dia da atividade médica e paramédica é marcado por uma busca
constante de um diagnóstico preciso e da avaliação da terapêutica, para
esse fim o médico serve-se de uma grande variedade de técnicas de
produção de imagens, entre eles destacando-se os métodos radiológicos
(raios X simples e contrastado, CT (Tomografia Computadorizada),
MRI(magnetic resonance imaging / Radiología diagnóstica de resonancia
magnética), imagens de medicina nuclear, tomografia PET(Tomografia por
Emissão de Pósitrons); ultra-sonografia, ecocardiografia), micrografias,
exames anatomopatológicos, endoscopias, análises cromossomiais,
fotografias e exames relacionados a especialidades em particular, como a
oftalmologia.
A medicina estava inicialmente atrasada na adoção dos computadores, mas o manejo e manipulação das informações em larga escala e as altas velocidades venceram os médicos e administradores hospitalares. O trabalho com imagens médicas pode ser dividido em quatro categorias: geração de imagens, análise de imagens, gerenciamento de imagens, e gerenciamento de informações. E, cada uma destas tarefas é possível o uso do computador.
O processamento de imagens por computador é no momento um dos ramos da computação que mais tem crescido, baseado em técnicas digitais que tem suas origens nos projetos espaciais da NASA. Atualmente, o desenvolvimento deve-se fundamentalmente à produção de componentes eletrônicos mais potentes, relativamente baratos e menores, que permitem o aumento das investigações nesse campo, que antes estavam limitados a grandes instituições de países do primeiro mundo.O objetivo deste artigo é discorrer sobre o processamento digital de imagens médicas, dando ênfase as técnicas radiológicas, e abordando os princípios básicos da digitalízação de imagens, análise, arquivamento e comunicação através de redes das imagens médicas.
A medicina estava inicialmente atrasada na adoção dos computadores, mas o manejo e manipulação das informações em larga escala e as altas velocidades venceram os médicos e administradores hospitalares. O trabalho com imagens médicas pode ser dividido em quatro categorias: geração de imagens, análise de imagens, gerenciamento de imagens, e gerenciamento de informações. E, cada uma destas tarefas é possível o uso do computador.
O processamento de imagens por computador é no momento um dos ramos da computação que mais tem crescido, baseado em técnicas digitais que tem suas origens nos projetos espaciais da NASA. Atualmente, o desenvolvimento deve-se fundamentalmente à produção de componentes eletrônicos mais potentes, relativamente baratos e menores, que permitem o aumento das investigações nesse campo, que antes estavam limitados a grandes instituições de países do primeiro mundo.O objetivo deste artigo é discorrer sobre o processamento digital de imagens médicas, dando ênfase as técnicas radiológicas, e abordando os princípios básicos da digitalízação de imagens, análise, arquivamento e comunicação através de redes das imagens médicas.
CIPRIANO SOUSA
A FUNÇÃO DO REATOR NUCLEAR
É
uma câmara de resfriamento hermética, blindada contra a radiação, onde é
controlada uma reação nuclear para a obtenção de energia, produção de
materiais fissionáveis como o plutônio para armamentos nucleares,
propulsão de submarinos e satélites artificiais ou para pesquisas. Uma
central nuclear pode conter vários reatores.
Atualmente apenas os reatores nucleares de fissão são empregados para
a produção de energia comercial, porém os reatores nucleares de fusão
estão sendo empregados em fase experimental.
De uma forma simples, as primeiras versões de reator nuclear produzem
calor dividindo átomos, diferentemente das estações de energia
convencionais, que produzem calor queimando combustível.
O calor produzido serve para ferver água, que irá fazer funcionar
turbinas a vapor para gerar electricidade.Um reator produz grandes
quantidades de calor e intensas correntes de radiação neutrónica e gama.
Ambas são mortais para todas as formas de vida mesmo em quantidades
pequenas, causando doenças, leucemia e, por fim, a morte.
O reator deve estar rodeado de um espesso escudo de cimento e aço,
para evitar fugas prejudiciais de radiação. As matérias radioactivas são
manejadas por controle remoto e armazenadas em contentores de chumbo,
um excelente escudo contra a radiação.
O calor produzido serve para ferver água, que irá fazer funcionar
turbinas a vapor para gerar electricidade.Um reator produz grandes
quantidades de calor e intensas correntes de radiação neutrónica e gama.
Ambas são mortais para todas as formas de vida mesmo em quantidades
pequenas, causando doenças, leucemia e, por fim, a morte.
O reator deve estar rodeado de um espesso escudo de cimento e aço,
para evitar fugas prejudiciais de radiação. As matérias radioactivas são
manejadas por controle remoto e armazenadas em contentores de chumbo,
um excelente escudo contra a radiação.
Radiologista Cipriano Sousa
A HEMOFILIA É A ANGINA
O QUE É A HEMOFILIA ?
Hemofilia é o nome de diversas doenças genéticas
hereditárias que incapacitam o corpo de controlar sangramentos, uma
incapacidade conhecida tecnicamente como diátese hemorrágica.
Deficiências genéticas e um distúrbio autoimune raro podem causar a
diminuição da atividade dos fatores de coagulação do plasma sanguíneo,
de modo que comprometem a coagulação sanguínea; logo, quando um vaso
sanguíneo é danificado, um coágulo não se forma e o vaso continua a
sangrar por um período excessivo de tempo. O sangramento pode ser
externo, se a pele é danificada por um corte ou abrasão, ou pode ser
interno, em músculos, articulações ou órgãos. É a falta dos fatores de
coagulação – a hemofilia A tem falta do fator de coagulação VIII, a
hemofilia B tem falta do fator de coagulação IX e a hemofilia C tem
falta do fator de coagulação XI. A hemofilia A é a mais comum, ocorrendo
em 90% dos casos.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemofilia
Radiologista Cipriano Sousa
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemofilia
Radiologista Cipriano Sousa
O QUE É A ANGINA ?
A angina de peito ou angina pectoris é uma dor no peito
devida ao baixo abastecimento de oxigénio (isquemia) ao músculo
cardíaco; geralmente é devida à obstrução ou espasmos (contrações
involuntária de um músculo, grupo de músculos ou órgão) das artérias
coronárias (os vasos sanguíneos do coração). As doenças nas artérias
coronárias, principal causa de angina, são devidas a aterosclerose nas
artérias cardíacas (coronárias). O termo deriva do grego ankhon
(“estrangular”) e do latim pectus (“peito”), e pode, portanto, ser
traduzido como “um estrangulamento do peito”.
Ataques de angina que pioram, que ocorrem durante o descanso e que duram mais de 15 minutos podem ser sintomas de angina instável ou mesmo de um infarto do miocárdio (popularmente conhecido por ataque cardíaco).
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Angina
Radiologista Cipriano SousaAtaques de angina que pioram, que ocorrem durante o descanso e que duram mais de 15 minutos podem ser sintomas de angina instável ou mesmo de um infarto do miocárdio (popularmente conhecido por ataque cardíaco).
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Angina
Como é a cirurgia de amígdalas e adenóides ?
Esta é a segunda cirurgia mais freqüente realizada em
crianças nos Estados Unidos (cerca de 400.000 por ano) e, acreditamos
ser no Brasil também. Em geral, é realizada em curto período de
internação, entre algumas horas e um dia. Raramente, alguns pacientes
ficam internados por mais de 1 dia, principalmente se:
Não estiverem deglutindo bem alimentos líquidos após a cirurgia.
Tiverem outros problemas associados. Tiverem alguma complicação após a
cirurgia, tal como sangramento.
Radiologista Cipriano Sousa
Como expandir sua inteligência
COMO EXPANDIR SUA INTELIGÊNCIA
UMA ABORDAGEM PRÁTICA DE COMO INTEGRAR AÇÃO, PENSAMENTO E EMOÇÃO PARA PRODUZIR RESULTADOS
I – FUNDAMENTOS
COMO EXPANDIR SUA INTELIGÊNCIA
I – FUNDAMENTOS
No século II, Ptolomeu propôs o chamado modelo geocêntrico do
universo, a Terra como o centro, tendo em volta os planetas em perfeitas
órbitas circulares. Esta crença prevaleceu até o século XVI (14
séculos!), quando Copérnico propôs um modelo em que a Terra girava em
torno do Sol.
Em 1922, Niehls Bohr ganhou o prêmio Nobel de Física por seu modelo
de átomo. Posteriormente descobriu-se que seu modelo estava incorreto.
A revista Superinteressante de outubro/2000 publicou duas matérias
questionadoras. Uma, sobre um cientista que afirma que o HIV não provoca
a AIDS, e outra, sobre outro cientista que questiona as vacinas. Ou
seja, há controvérsia até em crenças científicas aparentemente
consagradas.
Há pessoas hoje em dia que talvez não achem que é possível expandir
sua inteligência. Isto também é uma crença, não uma verdade. Neste
trabalho mostramos como é efetivamente possível e viável, para qualquer
pessoa que queira, agir com maior inteligência.
O que é mostrado aqui é uma espécie de tecnologia. Estamos
acostumados a vários tipos de tecnologia, mas em geral não precisamos
saber como a tecnologia funciona para obtermos o que queremos através
dela. Usamos videocassetes, celulares, computadores e inúmeras outras
engenhocas tecnológicas, mas são poucos os que conhecem seus detalhes de
funcionamento com profundidade. No entanto, isso não nos incomoda,
usamos e pronto.
Da mesma forma, a tecnologia que apresentamos aqui pode ser usada
tornar nossa vida melhor sem que se conheça os detalhes de porquê
funcionam. E para que serve essa tecnologia? Sendo a inteligência um
conjunto de capacidades que permitem a uma pessoa atingir objetivos, o
material fornecido aqui serve para que alguém atinja mais e melhores
objetivos. Quais serão esses objetivos depende de você e da sua
liberdade de escolha. Os nossos objetivos são:
1. Convencê-lo de que agir com mais inteligência é possível e acessível para você.
2. Proporcionar experiências e práticas para que você comprove as possibilidades apresentadas.
3. Oferecer possibilidades e alternativas práticas para que você expanda o seu repertório de ações inteligentes.
1. Inteligência
Pense por um momento em alguma coisa que esteja querendo obter ou
algum sonho que queira realizar. Talvez seja um carro, uma casa, um
diploma. Ou uma viagem ou passeio. Pode ser que queira um companheiro ou
companheira. Ou talvez queira sentir bem-estar, paz de espírito,
relaxamento, algum tipo de prazer. Ou coisas mais imediatas, talvez
sinta sede e queira beber água ou outro líquido. Pode ser também que o
que você deseja é expandir alguma capacidade, como aprender, lembrar ou
decidir.
Temos vários nomes para essas coisas:
Plano Sonho Objetivo Meta Intenção Intento Propósito Desejo Aspiração Anseio Necessidade Resolução Intuito Projeto Querer
O que todas essas palavras tem em comum é que há um estado ou situação atual e um outro estado pretendido, e há uma diferença entre eles:
A palavra estado, neste contexto, refere-se às condições gerais de
uma pessoa e sua vida, envolvendo o que ela sabe, o que ela tem e o que
está vivenciando em um momento, em termos físicos, mentais e emocionais.
Uma vez que há uma diferença entre o estado atual e o estado
pretendido, a pessoa vai então agir para reduzir a diferença. Se ela
quer um diploma, vai se matricular em uma escola ou preparar-se para um
processo de seleção. Se está com sede, vai se mobilizar para saciá-la.
Se está pretendendo melhorar sua capacidade de aprender, vai estudar e
praticar alguma técnica que reduza a diferença entre sua capacidade de
aprender atual e a desejada. Ou seja, a pessoa vai executar uma série de
comportamentos para reduzir a diferença entre o que pretende e o estado
atual.
Entendemos como inteligência a capacidade de um ser de (Pinker, 1998):
- escolher um ou mais objetivos
- avaliar o estado atual para saber como ele difere dos objetivos
- por em prática uma série de comportamentos para reduzir a diferença, baseadas em conhecimentos e recursos disponíveis
Mas existe mesmo algo chamado "inteligência"? As coisas que existem
concretamente podem ser percebidas através dos sentidos. Por exemplo,
"tangerina" é o nome de algo que se pode ver, pegar e sentir o gosto. E
quanto à inteligência, você já viu uma? Já pegou em alguma? Já sentiu o
gosto de uma inteligência?
Na verdade, inteligência é uma palavra para descrever classes ou padrões de comportamentos direcionados a objetivos.
Os comportamentos que elaboro para matar a minha sede são inteligentes.
Os comportamentos que aplico para aprender um assunto são também
inteligentes. A indução matemática é um comportamento inteligente
padronizado, que serve para resolver certos tipos de problemas. Você
neste momento está aplicando um padrão de comportamento inteligente para
ler este texto.
Podemos então afirmar que:
TODO COMPORTAMENTO HUMANO VISA UM OBJETIVO… OU MAIS”
Agora imagine que exista um ser inteligente que não tenha um objetivo
sequer; não há qualquer pretensão de que algo seja diferente, em si
mesmo ou no mundo. Não está com sede, não quer assistir TV nem ler um
livro, não quer aprender coisa alguma ou melhorar. Ele vai ficar
estático, certo? Por isto, podemos afirmar que
"UM SER HUMANO SÓ AGE QUANDO TEM UM OBJETIVO… OU MAIS"
Isto não é lá grande novidade: Aristóteles, nascido em 384 a.c., já
dizia que "a mente sempre faz o que faz em benefício de algo, este algo
sendo o fim em si mesmo" (citado em Dilts, 1998).
Atividade 1 – Seus objetivos
Já que só nos mexemos quando temos um objetivo, aproveite para deixar
bem estabelecidos os seus. Se você ainda não formou uma idéia precisa
do conteúdo e sua utilidade, pode definir objetivos um pouco mais
genéricos, como "absorver o máximo possível", "aprender coisas que posso
aplicar para melhorar minha qualidade de vida" ou "descobrir como
aumentar minha inteligência". E se você já pode ser mais específico,
pode imaginar situações em que você está fazendo algo diferente para
obter melhores resultados (detalhe: você já está fazendo isto agora!).
Dedique pelo menos 1 minutinho a esta atividade.
Você aproveita mais de um treinamento se estiver concentrado e
relaxado. Para isso, faça o seguinte exercício (se estiver tentado a
questionar porque funcionaria, lembre-se do papo inicial: mais relevante
é que algo funcione para o que queremos, e não porquê funciona). Foi
descrito por James Braid no livro Neurypnology (de 1843!).
a) Coloque os olhos para cima e centrados, como que olhando para o espaço entre as sobrancelhas. Talvez um ponto no teto ajude.
Você perceberá que existem sinais de relaxamento na respiração,
tensão muscular nos músculos da face, tamanho das pupilas, etc. É
importante que fazer isso por no máximo 1 a 1 ½ minuto; caso contrário
os olhos poderão ficar cansados.
b) Permanecendo relaxado, com a mente relaxada, mova os olhos para baixo e depois olhe para o texto.
Estratégias
Suponha que seu objetivo é relaxar, o que você faz? Talvez vá dormir,
simplesmente. Ou pode ser que tome um gostoso banho quente antes. Pode
ser também que para relaxar decida que vai, nesta ordem: nadar mil
metros, fazer uma sauna, tomar uma massagem, um delicioso banho quente e
depois tirar um cochilo. Ou seja, atingir um objetivo pode envolver
apenas uma ou várias operações ou comportamentos.
Uma seqüência de operações ou comportamentos que adotamos para atingir um ou mais objetivos é chamada estratégia.
Cada comportamento efetua uma transição que nos conduz a um estado
intermediário, menos diferente e mais próximo do estado pretendido
(figura).
As estratégias constituem a essência da inteligência. São a forma
como organizamos nossos pensamentos e comportamentos para dar cabo de um
objetivo. Diferentes objetivos requerem diferentes estratégias: os
comportamentos para relaxar são diferentes dos usados para aprender; o
que se faz para arrumar um emprego pode não servir para conseguir uma
namorada.
Quanto mas apropriadas forem as estratégias, melhores serão os
resultados. Uma estratégia de digitação que usa 10 dedos produz mais do
que uma que só usa 2. Usar um processador de textos para escrever um
livro é mais produtivo do que usar uma máquina de escrever (pelo menos
para mim). Uma estratégia amigável para conseguir um desconto em uma
loja pode ser mais eficaz do que uma estratégia agressiva. Uma
estratégia com elementos de iniciativa pode ser melhor para alcançar um
resultado do que uma em que predomine a expectativa.
Uma pessoa pode ter estratégias excelentes para certos resultados,
como ganhar dinheiro, e ter estratégias menos eficientes para outros,
como relacionamento pessoal. E se não houver uma estratégia apropriada
para o resultado pretendido, este não será atingido ou é iniciado um
processo de tentativa-e-feedback[1] (antigamente chamado tentativa-e-erro). Se não sei nadar e caio n’água, vou agitar braços e pernas na tentativa de flutuar.
Algumas coisas são mais previsíveis do que outras. Se executo uma
estratégia para obter um resultado e ele não acontece, posso aplicar
outra estratégia, se disponível. Por exemplo, um documentário na
televisão mostrou um homem no deserto que, para matar a sede e sem oásis
por perto, procurava uma certa planta, raspava sua raiz e obtinha água
aos pingos espremendo as lascas na mão. Se estou com sono no trabalho e
minha estratégia inicial para lidar com isso, tomar café e lavar o
rosto, não funciona, posso buscar uma estratégia envolvendo alongamentos
variados para acordar o corpo.
Portanto, dispor de várias estratégias para um mesmo objetivo garante
maior probabilidade de atingi-lo. Isso pode ocorrer para cada estado
intermediário (figura). Se não tem café quente disponível, posso trocar
esta etapa por alguns tapas no rosto ou cantar um trecho de uma música
que deteste!
Veja um outro exemplo. Existem várias estratégias para se desenhar. O
desenho abaixo foi feito com alguma estratégia simplificada e rápida:
A mesma pessoa aplicou estratégias de desenho sugeridas no livro Desenhando com o Lado Direito do Cérebro, de Betty Edwards. Em questão de dias, produziu os seguintes desenhos:
Note que não houve um treinamento intensivo em habilidades motoras de
desenhar, a mudança fundamental foi na estratégia de como olhar para o
objeto sendo desenhado, que é a essência das estratégias propostas no
livro. No dia a dia, olhamos o mundo de uma forma; para desenhar é
preciso olhar de outra. Desenhar de forma abstrata e sem detalhes pode
ser apropriado para alguns objetivos, como brincar de Imagem e Ação ou
enriquecer uma explicação rápida. Para fazer desenhos em três dimensões e
ricos em detalhes, apropriados para ilustrar um artigo, por exemplo, é
preciso uma estratégia diferente.
Sintetizando, as estratégias são a forma de combinar e organizar
nossos recursos e capacidades para atingir nossos objetivos. Os
resultados que obtemos dependem da estratégia que usamos. Há estratégias
mais apropriadas para vendas, para liderar e para se comunicar. Uma
estratégia de comunicação com crianças pode não ser apropriada para
negociar. Há estratégias apropriadas para ensinar e para aprender.
Atingir um objetivo, portanto, é função direta da estratégia adotada e
das variações aplicadas quando alguma etapa não proporciona os
resultados desejados. Como destacado no livro que lançou a PNL (Dilts et
al., 1980):
"A mágica do sucesso é questão de empregar as estratégias mais
efetivas. A maioria das estratégias podem ser facilmente aprendidas ou
modificadas para alcançar os objetivos que você escolher".
Atividade 3 – Experiência
Escolha algum objetivo material que atingiu com sucesso no passado,
como por exemplo algo de mais valor que comprou. Descreva os passos
principais da estratégia que utilizou, incluindo as decisões mais
importantes tomadas.
Atividade 4 – Experiência repetida
Faça o mesmo, desta vez buscando uma estratégia que funcionou algumas
vezes, ou seja, um padrão de comportamento que conduz a um resultado
(não importa que alguma vez tenha falhado). Pode ser um padrão que você
usar para relaxar, desligar-se de problemas, para resolver problemas de
relacionamento, para educar o cachorro, para aprender.
Atividade 5 – Estratégia de outro
Em dupla, repita a atividade anterior, desta vez cada um descobrindo uma estratégia do outro que funcionou.
Atividade 6 – Estratégia: a técnica do estímulo aleatório
Você já esteve algum dia entediado ou entediada, sem nada pra fazer?
Já se sentiu preso ou presa aos mesmos caminhos anteriormente
percorridos, e apreciaria imensamente algo diferente? Você gostaria de
algo que estimulasse sua mente a buscar o novo, o diferente? Ou ainda
melhor, várias coisas novas e diferentes, para que você possa escolher a
melhor?
Vamos descrever aqui a técnica de criatividade chamada "estímulo
aleatório", a mais simples de todas, que não exige aprendizado e produz
resultados imediatos. Ela se baseia na capacidade imensa que o nosso
cérebro tem de estabelecer relações, ligações, conexões entre tudo; de
fato, fazemos isto todo o tempo, ligando o que vemos e ouvimos ao que
conhecemos e estabelecendo conexões entre o que já sabemos. Nessa
técnica, ao invés de ficarmos sentados esperando a maçã cair, vamos
sacudir a árvore.
A técnica consiste em escolher uma palavra relacionada ao que
queremos e depois escolher aleatoriamente uma outra, ligando-as com a
palavra po e observando as conexões que surgem. A palavra po vem de
possibilidade, hipótese, suposição, podendo também ser vista como as
iniciais de possibilitar operação.
Siga os seguintes passos:
1. Escolha uma palavra que representa a situação alvo ou uma direção: "aprender", "cigarro", "emprego", "disciplina".
2. Providencie uma palavra aleatória (um substantivo). Não a escolha
você mesmo, já que queremos evitar o pensamento existente. A palavra
pode ser sorteada das seguintes maneiras:
a) Use um dicionário. Pense em um número de página (por exemplo, 1347
no Aurélio) e uma posição nessa página (por exemplo, 9). Para isso você
pode usar também o ponteiro de segundos de um relógio. Abra o
dicionário na página 1347 e procure a nona palavra. Se ela não for um
substantivo, continue até achar um.
b) Feche os olhos e coloque a ponta do dedo sobre uma página de um
jornal, revista ou livro. Escolha a palavra mais próxima do dedo.
3. Ligue as duas palavras pela palavra po: "desemprego po programa",
"disciplina po exame". Registre as idéias produzidas pela provocação.
Aplicada a este jornal, uma das boas idéias produzidas, com a palavra
"invalidez", foi a de uma seção sobre pessoas que vão além de seus
limites presumidos, como aquela sem braços que pinta segurando o pincel
com os lábios. Veja outras idéias geradas por meio desta técnica, para o
tema "aula":
Aula po lábio: Para chamar a atenção dos alunos ou fazer graça,
manter os lábios se movendo enquanto deixa de emitir sons, como se
estivesse mudo. Aperfeiçoar a dicção. Para mulheres, aumentar os lábios
com batom para os tornar mais atrativos e fazer com que os alunos tenham
mais atenção. Dar uma aula inteira sem falar nada.
Aula po nubígeno (que veio das nuvens) – chamar um aluno desatento de nubígeno.
A idéia do estímulo aleatório é a provocação e a busca de novas e
diferentes linhas de pensamento. Para preservar esse espírito, siga as
seguintes diretrizes:
- Não dê passos demais: isto sugere isso… que leva àquilo… e que me faz lembrar de…
- Não decida que a palavra atual não é utilizável, partindo
imediatamente em busca de outra. Assim, você estará somente esperando
por uma palavra que se encaixe nas idéias existentes.
Para obter o estímulo aleatório você pode usar também imagens e
objetos, embora palavras normalmente sejam mais ricas (são informações
"empacotadas") e mais práticas de usar. Saiba mais desta e várias outras
técnicas no livro mencionado acima.
Baseado em Criatividade Levada a Sério, Edward De Bono, Pioneira, 1994
Atividade 7 – Mil frases
a) Considere o grau de dificuldade de você ter idéias para elaborar,
em um dia, 1000 frases variadas sobre um tema. Pode ser "criatividade",
"vida" ou algum outro.
b) Agora reconsidere o grau de dificuldade, levando em conta que pode
ser aplicada a técnica do estímulo aleatório. Verifique aplicando
algumas vezes a técnica.
Atividade 8 – Estratégia: perguntas
Uma forma muito fácil e rápida de provocar a mente é fazendo
perguntas. Por exemplo, se eu pergunto: "O que você comeu no café da
manhã?", e se você quiser responder, volta sua atenção ao passado por um
momento para buscar as lembranças necessárias para a resposta. Já se eu
perguntar "Qual sua experiência mais prazerosa no último mês?", você
terá que fazer uma "varredura" de experiências para conseguir responder.
Diante de um objetivo, você pode disparar uma série de perguntas para
aprofundar-se no tema, nas estratégias e outros aspectos: que recursos
estão disponíveis? Quais posso obter? Como vou saber se atingi o
objetivo? Quem pode me apoiar? Que estratégias posso usar? Quais as
vantagens e desvantagens, riscos, custos e benefícios de cada uma? E
assim vai.
Escolha um problema e elabore perguntas a respeito. Não se incomode
em produzir respostas (pelo menos para os objetivos desta atividade).
Atividade 9 – Combinando perguntas e estímulos aleatórios
Considere o mesmo objetivo da atividade anterior e aplique a técnica
do estímulo aleatório descrita acima para provocar idéias para mais
perguntas.
2. O que há lá dentro
Você gosta de jiló? Ou de fígado? Talvez você adore, odeie ou seja
indiferente ao sabor desses alimentos. Talvez conheça alguém diferente
de você, se não nesses, em outros alimentos.
Você provavelmente não tem medo de escuro, pelo menos não da maioria
deles. Mas há pessoas que têm. Há também pessoas que têm medo de altura
ou fobia de barata. Há pessoas que têm mais iniciativa, e outras menos.
Outras têm mais iniciativa sob certas condições. Há pessoas mais
obedientes e outras mais rebeldes, mais ou menos sensíveis à forma de
falar, mais ou menos persistentes, mais ou menos afetuosas, mais ou
menos corajosas.
Enfim, somos diferentes. E o que nos torna diferentes? O que faz com
que duas pessoas, diante da mesma situação, ajam ou reajam de maneiras
completamente diferentes? A resposta para todas essas perguntas tem a
ver com o fato de sermos seres inteligentes. Sendo inteligentes,
percebemos o mundo e guardamos nossas experiências para usar depois.
Sendo inteligentes, temos objetivos, dos quais precisamos nos lembrar. E
sendo inteligentes, aplicamos nossa experiência para elaborar e
escolher os comportamentos que acreditamos que vão nos conduzir aos
objetivos.
É preciso haver uma forma de representação interna da nossa
experiência e dos nossos objetivos, de forma a podermos referenciá-los
quando quisermos e definir as estratégias. Nossas representações devem
responder, por exemplo: como sei qual é o estado atual das coisas? Como
sei o que tomei no café da manhã de ontem? Como sei o quero fazer de
diferente no mundo? Qual é a melhor estratégia para atingir meus
objetivos? O que vou fazer a seguir? Bandler e Grinder (1975)
expressaram esse fato assim:
?"Nós como seres humanos não operamos diretamente no mundo. Cada
um de nós cria uma representação do mundo em que vivemos – isto é,
criamos um mapa ou modelo que usamos para gerar nosso comportamento.
Nossa representação do mundo determina em grande escala o que será nossa
experiência do mesmo, como perceberemos o mundo, que escolhas teremos à
disposição enquanto nele vivermos".
Percebemos o mundo através dos sentidos: vemos, ouvimos, sentimos,
provamos, cheiramos. É natural que nossas representações do mundo
percebido também usem esses canais sensoriais. Os mapas com que
representamos internamente o mundo usam esses mesmos canais
representacionais.
Um outro canal usado para representar o mundo é o lingüístico.
Podemos usar a linguagem, por exemplo, para coisas concretas (cachorro,
pedra), abstrações (paz, harmonia), para representar coisas e ações em
cada canal (ver/amarelo, ouvir/rangido, dor/sentir, provar/ácido,
cheirar/fétido).
Atividade 10 – Contato com o mundo interior
Alguns dos nossos mapas dizem respeito ao contexto imediato. Faça
isto por 30 segundos: de olhos fechados, note o que você "sabe" que está
presente no contexto imediato: móveis, quadros, cores, sons.
Atividade 11 – Canais de representação
Acesse as representações pedidas em cada item:
a) Imagine um copo com a sua bebida favorita.
b) Imagine-se dizendo: "Parece gostoso!"
c) Imagine-se pegando o copo.
d) Imagine-se aproximando a xícara do nariz e o cheiro penetrando pelo seu nariz.
e) Imagine-se tomando um golinho e fazendo "Hmmm!!" .
Atividade 12 – Canais de representação 2
Lembre-se durante alguns segundos de:
a) Uma paisagem que lhe chamou a atenção.
b) Uma melodia que adora.
c) Quando recebeu um de seus carinhos preferidos.
d) Um sabor que lhe é muito prazeroso.
e) Um dos seus cheiros preferidos.
f) Algo que disse hoje para alguém.
Atividade 13 – Tempo
Nossos mapas podem estar associados a referências de tempo. Para
verificar isto, lembre-se de uma cena passada em você se divertiu. Agora
lembre-se de alguma cena semelhante que poderá ocorrer no futuro. Quais
são as diferenças entre as imagens? A localização no espaço é
diferente? A luminosidade é diferente? As molduras, se tiver, são
diferentes? Uma é mais distante do que a outra?
Atividade 14 – Vendo um objetivo
Pense em algo que queira, em qualquer ponto do futuro. Como
representa isto internamente? Você vê imagens ou filmes? Um só ou
vários? Você vê como já tendo conseguido? Há algum desdobramento ou
encadeamento desse objetivo com algum outro? Verifique se você pode
interferir nas representações e mudar alguma coisa no conteúdo das
imagens.
Atividade 15 – Contato com o mundo interior 2
Tome um banho no escuro completo ou de olhos fechados.
Atividade 16 – Leitura: Consciência situacional
Quem já não teve calafrios ao ver as acrobacias da Esquadrilha da
Fumaça? Como será que eles conseguem coordenar suas ações tão
precisamente, em um contexto de tanto perigo? Na verdade, os pilotos
usam para isto uma habilidade que todos nós temos, embora talvez não tão
treinada.
Quer ver? Abra bem os olhos: você está consciente do que está lendo
agora. Agora, sem olhar, lembre-se de algo que esteja atrás de você.
Isto também é uma forma de consciência, de algo que você não está
percebendo diretamente. A consciência que temos do contexto imediato e
das coisas que são importantes, em um determinado momento, é chamada
pelos pilotos de consciência situacional (em inglês, situational awareness). Quanto
mais o piloto tem noção de como está o ambiente à sua volta, maior é a
sua consciência situacional. Isto inclui a posição atual e o curso da
aeronave, os recursos disponíveis e a evolução de fatos que podem afetar
as coisas mais tarde (por exemplo, o curso de outro avião próximo).
Já de uma pessoa que está agindo de maneira "desastrada" podemos
afirmar que está com a consciência situacional incompleta, isto é, ela
não tem naquele momento noção completa do que há de relevante no
contexto imediato.
Vale notar que a atenção da pessoa, para uma maior consciência
situacional, deve estar no momento presente (lembra-se do artigo sobre
"agorizar", no número 4?). Dirigir pensando nas coisas agradáveis que
acontecerão no destino diminui as chances de chegar lá!
Portanto, expandir a consciência situacional aumenta diretamente a
segurança física e psicológica, a objetividade e competência em geral.
Para resumir, expande a inteligência.
3. O que está acontecendo lá dentro
Nas atividades acima você fez várias coisas com seus mapas internos.
Lembrou-se, imaginou, disse palavras internamente. Para que a sua
inteligência consiga fazer essas coisas, é necessário algum tipo de
processamento, algo deve acontecer. É semelhante ao processamento de um
programa de computador, ele deve estar rodando para cumprir sua
finalidade.
Parte da nossa inteligência consiste em processar, em fazer algo com
os mapas. Estamos familiarizados com os processos internos da
inteligência em um nível geral. Por exemplo, você sabe o que é pensar,
lembrar, imaginar, deduzir, distinguir. Mas será que você sabe
especificamente como imagina, como lembra, como pensa?
Temos representações internas ou mapas em vários canais de
representação. Para processar esses mapas, temos operações específicas
para cada tipo de mapa. Para imagens, por exemplo, temos a recuperação
de imagens armazenadas, a elaboração ou construção de imagens nunca
vistas e a formatação das imagens, de forma que lembra as imagens de uma
TV: luminosidade, contraste, distância.
Em geral nossos comportamentos internos, no nível mais específico, consistem em:
· Construir, lembrar e formatar imagens
· Construir, lembrar e formatar sons
· Diálogo interno (conversar consigo mesmo)
· Sentir (tato, sensações corporais internas, emoções)
As atividades a seguir lhe proporcionarão algumas experiências de
aprofundamento neste tópico. Posteriormente você saberá como é possível,
através de indicações do nosso corpo, identificar as modalidades que
estamos usando.
Atividade 17 – Processos internos
Verifique algumas capacidades básicas que você tem, fazendo o seguinte:
a) Diga para si mesmo: "Posso fazer qualquer coisa, desde que a divida em partes que possa executar".
b) Imagine você mesmo encostado no teto.
c) Imagine você apertando uma tecla de um piano e ouvindo um som de latido.
d) Lembre-se de uma situação emocionalmente neutra, como talvez
amarrar os sapatos, escovar os dentes ou puxar uma cadeira para
sentar-se. Altere o tamanho da lembrança, para maior e depois para
menor.
Atividade 18 – Construção e formatação visual
Abra os olhos e olhe em volta para apagar sua tela mental. Agora
pense em um inseto, como uma aranha ou formiga. Aumente seu tamanho,
ponha cores reais nesta imaginação. Aumente ainda mais o tamanho. Alguma
diferença? Agora diga para si mesmo: "Isto é uma ilusão". Muda algo?
Faça o inseto voltar ao normal e afaste-o ou simplesmente apague-o.
Atividade 19 – Construção e formatação visual 2
Faça algumas experiências com efeitos de luz. Tente imaginar fogos de
artifício variados, tubos de luz formando devagarinho um círculo,
esteja à vontade para brincar.
Atividade 20 – Brincando com molduras
Crie uma imagem que tenha alguma moldura, como uma linha colorida.
Experimente alterar a moldura como pedido abaixo (verifique o que é mais
fácil para você).
a) Aumente a largura.
b) Mude a cor.
c) Faça a moldura com néon.
d) Ponha pequenas luzes coloridas em volta da imagem.
Atividade 21 – Tela mental
Pense em uma experiência agradável, como se fosse um filme. Você se
vê lá nas cenas, a experiência acontece quase como se fosse com outra
pessoa. Agora entre no filme. Veja o que estava vendo, ouça o que estava
ouvindo, sinta como acontecendo agora. Alguma diferença?
Chamamos cada canal de representação de modalidade: modalidade
visual, modalidade auditiva, modalidade cinestésica (que inclui
sensações em geral, inclusive cheiros e sabores). As variáveis
específicas de cada modalidade são chamadas submodalidades.
Distância e brilho são submodalidades visuais; altura e origem são
submodalidades auditivas; pressão e intensidade são submodalidades
cinestésicas. Posteriormente você verá como modalidades e submodalidades
podem afetar a nossa experiência e as nossas reações.
4. Estratégias internas
Dedique alguns segundos para soletrar a palavra "estratégia".
Como você fez? Faça de novo e note seu olhar, para onde vai quando
soletra? Se não notar, peça para alguém soletrar uma palavra qualquer e
observe seus olhos. Todas as pessoas a quem fiz essa pergunta dizem
essencialmente o mesmo: "eu faço internamente uma imagem da palavra e
leio as letras".
Agora imagine uma criança em um ambiente escuro e tranqüilo, mas ela
está sentindo medo. De onde vem seu medo? É claro que só pode vir de
algum processamento interno acontecendo na criança. Talvez ela esteja
imaginando um monstro grande e feio, que a olha com hostilidade.
Um outro exemplo interessante é o do ciúme. Certamente há pessoas que
sentem ciúme de forma injustificada. O que ela deve fazer internamente
para isto? Uma possibilidade simplificada, ocorrida com o nosso
personagem Alguém, que percebe que o outro não chega como esperado:
· Alguém imagina ele ou ela fazendo coisas bem agradáveis com outra pessoa.
· Alguém lembra experiências ou fatos que sustentam a veracidade das imagens.
· Alguém reage com emoção intensa (única consciente).
· Alguém ouve uma voz interna dizendo: “Você é um corno!”, o que
dispara a construção de imagens do outro fazendo coisas com outra
pessoa…
Neste momento Alguém entrou em um círculo ou laço, já que a última
etapa conduziu à primeira, e continuará a sentir ciúme até que esse
processo seja interrompido por algum fato novo.
Soletração, medo e ciúme são exemplos de como combinamos e
organizamos os processos internos. Uma seqüência desses comportamentos
internos é chamada estratégia interna. Uma estratégia interna,
vista em um nível detalhado, consiste de uma combinação de operações
baseadas nos processos básicos em cada modalidade. Por exemplo, na
estratégia do ciúme um passo é construir uma imagem interna envolvendo a
outra pessoa, outra é dizer algo para si mesmo.
No próximo exemplo foi aplicada uma estratégia de decisão.
· Alguém, no trabalho, se abaixa e escuta um som inesperado, proveniente da região superior traseira das pernas.
· Alguém reconhece o som como da calça que rasgou.
· Alguém leva a mão à calça e comprova sua suposição.
· Alguém imagina que outras pessoas vão vê-lo assim, pensar várias
coisas a seu respeito e que vai sentir-se muito mal se isto ocorrer.
· Alguém identifica possíveis alternativas de solução para continuar
trabalhando: cobrir o local, ir para o banheiro, pedir agulha e linha
para aquela colega que ele sabe que tem quase tudo na bolsa.
· Alguém escolhe a última alternativa como mais viável para continuar trabalhando.
· Alguém consegue a agulha e a linha e vai ao banheiro costurar a calça.
Nessa situação, Alguém usou para decisão uma estratégia envolvendo
avaliação da situação atual, elaboração de alternativas e avaliação de
cada uma frente ao objetivo prioritário de continuar trabalhando.
Outro exemplo de estratégia interna, muito útil e usada, é a
segmentação. Por exemplo, faça de conta que você vai fazer uma viagem de
2000 quilômetros pelas praias do nordeste do Brasil. Provavelmente (e
se você fez de conta direitinho), você já começou a segmentar, a pensar
em que praias vai parar. Se você for ao supermercado para fazer compras
para dois meses, e já que pegar tudo de uma vez parece impossível, vai
estruturar internamente um roteiro de forma a passar por cada seção. A
segmentação também é parte de outras estratégias: a soletração inclui a
segmentação da palavra em letras antes da pronúncia.
Podemos ter estratégias internas de vários tipos, para várias
finalidades: levantar da cama de manhã, escolha de pratos em
restaurantes, escolha de como descansar, de amigos e companheiros e em
geral, para tomada de decisão, aprendizagem, criação e motivação. Para
sentir medo, como você viu no exemplo acima, é preciso usar uma
estratégia interna, que inclui gerar imagens que parecem reais.
Também para acreditar que algo é possível há uma estratégia interna
de avaliação: a pessoa pode julgar que é possível quando já fez
anteriormente, ou pode acreditar que é possível para ela se for possível
para outra pessoa, ou ainda, julga possível quando consegue se imaginar
fazendo.
Até para ser "louco" é preciso fazer algo internamente de maneira consistente. Bandler (1987) diz:
"O que percebi foi que as pessoas funcionam perfeitamente bem.
Talvez eu não goste do que elas fazem, e tampouco elas, mas conseguem
repetir o seu comportamento de maneira sistemática. Isto não quer dizer
que sejam desequilibrados, apenas que fazem alguma coisa diferente do
que nós, ou que elas gostariam que fizessem.
Se você é capaz de criar imagens nítidas dentro da sua mente –
sobretudo se consegue projetá-las externamente – poderá transformar-se
num engenheiro civil ou num psicótico. Há mais recompensas financeiras
para o engenheiro do que para o psicótico, mas este é bem mais
divertido. Tudo que as pessoas fazem tem uma estrutura, e se você
descobrir que estrutura é essa, poderá saber como mudá-la."
Atividade 22 – Formatação de imagens
Experimente brincar com uma imagem simples, como um círculo ou outro
objeto geométrico, fazendo coisas como abaixo. Procure o que é mais
fácil para você.
a) Colorir
b) Girar
c) Afastar e aproximar
d) Deslocar horizontalmente e verticalmente.
e) Torcer
Atividade 23 – Estratégias internas
Será que você tem mesmo estratégias internas? Faça a si mesmo
perguntas do tipo "Como é que eu consigo…? ou "O que é que eu tenho que
fazer para…" nas situações abaixo.
a) Entender a expressão "prazer gustativo".
b) Entender a expressão "prazer gustativo imenso".
c) Informar qual foi o fim de semana de que mais gostou dos últimos dois.
d) Ficar ansioso quanto tem que entregar um trabalho ou tarefa e o prazo parece curtíssimo.
e) Decidir o que fazer se eu lhe pedir um copo d’água.
Atividade 24 – Estratégia de memorização de números
a) Memorize em 15 segundos o número abaixo, usando alguma estratégia interna, somente:
392781243
b) Agora memorize o mesmo número, sabendo que há um padrão: os
números constituem potências de 3, de 1 até 5, dispostas em seqüência: 31, 32, 33, 34, 35.
Se você não tem memória fotográfica, a segunda estratégia deve ter
sido mais fácil. Note como a estratégia adotada pode fazer a diferença
entre "fácil" e "difícil".
Eficiência das estratégias
Estratégias internas concebem os comportamentos inteligentes, isto é,
que vão conduzir do estado atual ao pretendido. Assim como estratégias
em geral, estratégias internas podem ser mais ou menos eficientes, mais
ou menos ricas em opções. No processamento interno de Alguém, no exemplo
acima, mudanças no que acontece podem mudar o que sente. Por exemplo,
se não existir a voz interna, talvez ele tenha simplesmente uma emoção
passageira, uma possibilidade desprezada. Se o que ele imagina é que a
pessoa não chegou por causa do trânsito, não sentirá ciúme
absolutamente. E se pensar nas duas possibilidades, terá talvez que
esperar o outro chegar para obter mais informações antes de decidir.
Uma criança disse que não gostava de ir a um certo restaurante de
comida por quilo. Disse que era porque "tinha muitas coisas". Podemos
entender agora que essa criança não tinha uma estratégia interna de
decisão apropriada para escolher diante de muitas opções.
Talvez você já tenha visto ou ouvido falar de pessoas que fazem
operações matemáticas complexas "de cabeça" ou que jogam xadrez sem
olhar para o tabuleiro. Se alguém dispõe de uma estratégia interna
eficiente para obter algum resultado, ela o obtém sem necessidade de
recursos externos. Nas palavras dos criadores da PNL (Dilts et al.,1980)
“Se aprender ou enfrentar vem para você com facilidade ou
dificuldade, ou se é rápido ou trabalhoso para você, isto é determinado
pela estrutura formal provida pelas suas estratégias"
“Um fato particular é de nenhuma utilidade para nós a menos que
possamos processá-lo através de uma estratégia para atingir algum
resultado”
5. Aprendizagem de estratégias
Porque nem sempre sabemos de tantas coisas que somos capazes de fazer internamente?
Dependemos de processos inconscientes para viver e fazer o que
fazemos. Seja a digestão ou a regeneração de tecidos, não precisamos
tomar conta desses processos para que eles funcionem perfeitamente. O
mesmo ocorre com a maioria dos processos de pensamento. Não precisamos
prestar atenção neles para que funcionem, e fazer isto pode até
atrapalhar (veja qual é melhor, soletrar prestando atenção na imagem
interna ou não).
A resposta para a pergunta acima é que, quando fazemos algo bem, não precisamos ficar prestando atenção a como
fazemos. E se não estamos prestando atenção a alguma coisa, ela fica
inconsciente. O que é necessário para fazer algo bem, sem precisar
prestar atenção a como fazemos?
Há resultados que obtemos facilmente, como caminhar, falar e
soletrar. Outros resultados podem exigir alto grau de concentração e
atenção consciente, como memorizar um texto. E há certas coisas que
podemos não conseguir de jeito algum, como subir em uma corda
equilibrando no queixo uma espada em cuja ponta se apóia uma travessa de
alumínio com quatro taças de cristal. Mas há pessoas que fazem
facilmente coisas que em princípio são difíceis para nós (o exemplo da
espada é real, é de um torneio de artistas de circo). Esses exemplos
evidenciam dois aspectos importantes relacionados a estratégias:
- Estratégias são aprendidas, isto é, instaladas na mente como padrões para uso posterior.
- Há graus de maturidade no aprendizado de uma estratégia.
Instalação de estratégias
Você sabe assobiar? Se sim, como faz para emitir exatamente o som que
quer? Você aprendeu que, se fizer um bico com os lábios de um certo
jeito e emitir uma certa quantidade de ar, sairá uma nota. Ligeiras
variações no bico provocam outras notas. E você sabe que repetindo esses
padrões, conseguirá os mesmos resultados.
E para aprender a tirar sons harmônicos em um instrumento musical?
Com ou sem instrução, você aperta aqui e ali, puxa de lá, repetindo
movimentos e fazendo ajustes, e logo descobre alguns padrões de
comportamento que funcionam e outros que não funcionam. Está
desenvolvendo estratégias para lidar com o novo.
Considere agora uma criança que vai aprender a desenhar. O professor
mostra a ela como fazer um quadriculado sobre um desenho a ser copiado, e
um quadriculado em branco no qual ela vai copiar cada quadrado do
original. A criança agora aprendeu um outro padrão de comportamento,
para obter um resultado, uma cópia fiel de uma imagem.
Uma estratégia é um padrão de comportamento que em si constitui uma
unidade que pode ser executada como um todo. Em um certo sentido,
estratégia é sinônimo de capacidade. Quando dizemos que alguém é capaz,
isto significa que reconhecemos que a pessoa pode obter sistematicamente
certos resultados. Ou seja, a pessoa é capaz de reproduzir uma série de
comportamentos objetivos. E se ela é capaz de reproduzi-los, de alguma
maneira eles estão instalados na sua mente e na sua neurologia,
tornando-se disponível para quando a pessoa quiser. Uma estratégia
instalada é análoga a um programa no disco rígido, que deve ser
carregado na memória e executado para fazer o que faz. Uma pessoa pode
ter centenas de estratégias internas instaladas, à espera para execução.
O conjunto de estratégias instaladas de uma pessoa forma a sua
capacidade como um todo. Podemos também contextualizar o conceito de
capacidade: um jornalista, por exemplo, possui um conjunto de
estratégias específicas, relacionadas às atividades que deve exercer
para cumprir seu papel.
Aprender, portanto, é instalar novos padrões de comportamento na
forma de estratégias, que depois podem ser usados de forma integrada
para atingir objetivos. A agilidade com que é executada uma estratégia
pode variar, e é chamada competência.
Graus de competência
Com relação ao grau de eficiência com que a pessoa executa uma
estratégia ou conjunto de estratégias, distinguimos quatro estágios
[O´Connor, 1996]:
Incompetência inconsciente – A pessoa não sabe de algo, e não
sabe que não sabe. Este é o caso de uma criança com relação a dirigir
automóveis, possibilidade que sequer passa pela sua mente.
Incompetência consciente – A pessoa não sabe, mas sabe que não
sabe. A possibilidade de dirigir existe em sua mente, mas a pessoa não
tem nenhuma habilidade desenvolvida.
Competência consciente: A pessoa sabe e precisa estar
concentrada para obter resultados. A pessoa sabe dirigir, mas fazê-lo
com competência exige atenção constante.
Competência inconsciente: A pessoa sabe, mas não precisa saber
que sabe, e consegue resultados mesmo quando faz alguma outra coisa.
Este é o caso do motorista que, enquanto troca uma marcha, conversa,
escuta o rádio e admira a paisagem.
O último estágio, a competência inconsciente, é aquele em que se pode
utilizar plenamente os recursos do organismo humano: torna-se fácil e
rápido obter resultados. Uma pessoa com uma estratégia de decisão nesse
estágio é capaz de tomar decisões importantes e complexas em frações de
segundo. Alguém com uma boa estratégia de memorização nesse estágio pode
lembrar-se de algo que apenas (e aparentemente) olhou. E também é o
estágio em que podemos usufruir melhor de certas atividades: apreciar a
paisagem e o vento ao andar de bicicleta, concentrar-nos nos sabores de
uma refeição e tantas outras coisas que nos proporcionam prazer.
A competência inconsciente é o estágio ideal para agirmos, mas
oferece também riscos. Se aprendermos nesse estágio uma estratégia
limitada que não contém alguma possibilidade de aperfeiçoamento, as
limitações podem prejudicar os resultados. Por exemplo, um motorista que
toda vez que arranca tensiona o braço direito poderá ter dores quando
dirigir por mais tempo. Um tenista que aprende a sacar errado e
automatiza esse movimento continuará sacando errado até que intervenha
nessa habilidade. Uma pessoa que não disponha de alguma estratégia de
atualização de crenças e convicções pode perder oportunidades oferecidas
pelas experiências diferentes que vivenciou.
Você já deve ter notado que em termos de capacidade de execução
de estratégias, os seres humanos são semelhantes, embora possam variar
bastante as estratégias que cada um tem disponíveis. Podemos compreender
agora que certas palavras às vezes usadas para descrever
características de pessoas, como "incapaz" ou "burro", se referem a
limitações de estratégias internas. Por exemplo, sobre alunos com
problemas na escola, os criadores da PNL (Dilts et al.[1980]) dizem:
"Na nossa experiência muitos jovens que foram rotulados de
‘lentos’, ‘difíceis’ ou ‘incapazes’ nesse contexto estão longe de serem
‘estúpidos’ – eles simplesmente têm estratégias diferentes para aprender
que não são utilizadas pelas atuais técnicas de educação"
Pinturas feitas com a boca (esquerda) e com os pés (Divulgação da ONG Pintores com a Boca e os Pés)
Uma observação final sobre consciência das estratégias internas.
Pergunto: você está consciente das sensações na sua orelha direita? Você
está consciente do ritmo da sua respiração? Você está consciente do
contato da roupa nas costas? Você está consciente do que o seu fígado
está fazendo por você neste momento? Você está consciente de algo que
fez quando era bebê? Você está consciente de que está consciente?
O conceito de inconsciente diz respeito a algo que não estamos
notando, mas isto não quer dizer que está inacessível. Mesmo que você
seja competente inconsciente em uma atividade, pode ter acesso ao que
está fazendo, a partir do momento em que comece a prestar atenção. Ou
seja, há coisas que realmente ficarão inconscientes para nós, mas há
muitas que podem ser tornadas conscientes. Há também as coisas que estão
inconscientes para nós, e que podem ser percebidas por outra pessoa.
Isto abre fantásticas portas para o aperfeiçoamento humano, como
veremos.
Atividade 25 – Suas competências
Identifique algumas atividades nas quais você possui competência
inconsciente (despreze falar ou andar). Para facilitar a pesquisa,
segmente sua busca em contextos e situações: casa, trabalho, lazer,
esporte, escrita, planejamento, música, artes em geral, automóvel.
Procure também algo que faça que eventualmente possa lhe provocar algum
desconforto, como talvez ciúme ou certos hábitos.
Um indício desse nível de proficiência é que para fazer o que
queremos aparentemente "não precisamos pensar". Outro indício é que o
processamento parece automático, o que precisamos simplesmente "vem".
Exemplo: em jogos de tabuleiro, como damas, a jogada e seus
desdobramentos se desenham rapidamente. Em instrumentos musicais, gosto
de dizer que "a mão toca sozinha". Mais um indício: conseguimos fazer
outra coisa ao mesmo tempo, como conversar.
Atividade 26 – Sua estratégia de soma
Faça de cabeça uma soma simples, como 2 + 7, e procure verificar como
faz. Aumente a complexidade e identifique limites para sua estratégia.
Por exemplo, você consegue somar 37 + 15? E 1274 + 3255?
Você tem outras estratégias para somar números maiores? Você faz tudo
de cabeça ou precisa ficar olhando para os números escritos?
Atividade 27 – Novo dicionário
Imagine novas definições para as palavras abaixo, à luz das
estratégias. Por exemplo, "intuição", em uma de suas acepções, pode ser
ressignificada como "idéia ou pensamento obtido a partir de uma
estratégia interna na qual se tem competência inconsciente".
a) Incapaz
b) Burro
c) Indeciso
d) Inteligente
e) Louco
Fatores da aprendizagem
A grande maioria das estratégias que usamos foram aprendidas. E boa
parte delas foi aprendida inconscientemente, isto é, não tínhamos
controle sobre o que era aprendido, como andar e falar.
Veja o que diz Richard Bandler [87] sobre a nossa capacidade de aprendizagem:
"Sempre escuto dizer que deixamos de aprender aos cinco anos de
idade, mas não tenho provas de que isto seja verdade. Pare e reflita
sobre isto. Desde os seus cinco anos de idade até agora, quantas coisas
fúteis você aprendeu, sem falar nas úteis? Os seres humanos têm uma
incrível capacidade de aprender. Estou convencido, e vou convencê-lo –
de uma maneira ou de outra – de que você ainda é uma máquina de aprender
novas coisas. O lado positivo desta história é que você é capaz de
aprender de maneira incrível e rápida. O lado negativo é que você pode
aprender tanto coisas úteis quanto inúteis.
Qual dos presentes é atormentado por seus próprios pensamentos?
Você diz a si mesmo: ‘Gostaria de tirar tal coisa da minha cabeça’. Mas o
mais incrível é que, para começo de conversa, você tenha colocado tal
coisa em sua cabeça! O cérebro humano é realmente fantástico. O que ele
leva a pessoa a fazer é absolutamente incrível. O problema não é que o
cérebro não consiga aprender, como nos tem sido dito com freqüência. O
grande problema é que ele aprende rápido e bem demais. Pense no caso da
fobia, por exemplo. É impressionante que as pessoas consigam lembrar-se
de ficarem aterrorizadas cada vez que vêem uma aranha. Nunca encontramos
uma pessoa fóbica que olha para uma aranha e diz: ‘Droga, esqueci de
ter medo’. Existe alguma coisa que você deseje aprender de uma maneira
tão profunda? Quando se olha por este prisma, uma fobia é um tremendo
sucesso em termos de aprendizagem. E, ao analisarmos o histórico da
pessoa fóbica, veremos que se trata de aprendizado instantâneo: foi
necessário apenas uma única experiência para que ela aprendesse algo de
que vai lembrar-se pelo resto da vida.
(…) Você é capaz de aprender mais rápido do que um computador. O
que precisamos é saber mais a respeito da experiência subjetiva do
processo de aprendizagem, para que possamos administrar o que
aprendemos, e ter maior controle sobre a nossa experiência e sobre o que
aprendemos."
De fato, hoje já sabemos muito mais sobre a experiência subjetiva de
aprender, e boa parte desse conhecimento você está tendo oportunidade de
experimentar.
Por exemplo, como alguém aprende a andar de bicicleta? Certamente
cairá algumas vezes e continuará tentando até dominar as estratégias
necessárias. Processos de aprendizagem em geral envolvem um ciclo de
tentativa-e-feedback. Temos algum propósito, tentamos uma estratégia.
Observamos o resultado e, se não é o que queríamos, fazemos ajustes e
tentamos novamente, repetindo o ciclo até ter sucesso. Este ciclo pode
ser abreviado quando partimos de alguma estratégia que alguém
desenvolveu ou que observamos (veja mais adiante).
O que mais pode estar envolvido em um processo de aprendizagem?
Suponha que alguém está aprendendo uma dança de salão, como salsa ou
bolero. Ela está desenvolvendo capacidades de executar certos
comportamentos, ao ritmo de uma música. Para que se dedique, essa pessoa
também precisa acreditar que é possível para ela aprender. Por outro
lado, nada mais desagradável do que um casal que dança e não "está nem
aí" para quem está ao redor. Ou seja, há valores também envolvidos.
Assim, aprender a dançar integralmente envolve instalar, além de
estratégias específicas (base, passos), crenças, valores e
conhecimentos. Também envolve ter objetivos específicos ligados a essa
atividade: dançar para quê? Se a pessoa não tiver nenhum objetivo que a
atraia, pode ser difícil fazer com que ela vá até a escola.
Agora, qual é a expectativa que você tem de que essa pessoa aprenda a
dançar assistindo aulas expositivas sobre como se dança, ou vendo
vídeos de casais dançando? Há conhecimentos envolvidos na dança, mas o
dançar propriamente dito envolve várias estratégias, que só se aprende fazendo e praticando,
ou seja, com experiência. Outro exemplo: uma pessoa pode conhecer
vocabulário e gramática de inglês e entender essa língua falada ou
escrita, e mesmo assim não falar fluentemente, por falta de estratégias
específicas. As estratégias para tratar do vocabulário são diferentes
das estratégias de entendimento que são diferentes das estratégias de
comunicação (Dilts e Epstein, 1999).
A experiência necessária para o aprendizado pode ser adquirida de
duas maneiras: prática corporal, a mais usada, ou ensaio mental, uma
possibilidade muito pouco explorada e que será vista mais à frente.
Em situações de aprendizado que envolvem mais de uma pessoa, podem
ser importantes as características do relacionamento, como o grau de
empatia e confiança. Certamente será mais difícil uma pessoa se deixar
conduzir por alguém, quando ela não acredita que esteja fazendo um bom
trabalho.
Atividade 28 – Leitura: O Golfinho Esperto
Gregory Bateson, que escreve sobre comunicação e teoria dos
sistemas, em seu livro Steps to the ecology of mind, conta a sua
experiência ao estudar os padrões de comunicação dos golfinhos no
Instituto de Pesquisas Marítimas, no Havaí.
Bateson trabalhou com os instrutores enquanto eles ensinavam os
golfinhos a se apresentarem em espetáculos públicos. O processo começou
com um golfinho não treinado. No primeiro dia, quando o golfinho fez
alguma coisa diferente, como saltar para fora da água, o instrutor usou
um apito e, como recompensa, deu-lhe um peixe. Sempre que o golfinho se
comportava daquela maneira, o instrutor usava o apito e jogava-lhe um
peixe. Logo, o golfinho aprendeu que o seu comportamento lhe garantia um
peixe; ele o repetia continuamente, sempre esperando uma recompensa.
No dia seguinte, o golfinho surgiu e executou o seu salto,
esperando um peixe. Não o teve. Durante algum tempo, ele repetiu o seu
salto, inutilmente. Irritado, fez alguma outra coisa, como uma
viravolta. O instrutor, então, usou o apito e deu-lhe um peixe. Sempre
que o golfinho repetia aquela nova proeza, na mesma sessão, recebia a
recompensa. Nenhum peixe para a proeza de ontem, somente para alguma
coisa nova.
Esse padrão foi repetido durante 14 dias. O golfinho surgia e
realizava a proeza que aprendera no dia anterior, sem nenhum resultado.
Muitas vezes, executava as proezas de alguns dias atrás, só para
conferir as regras. Mas, só era recompensado quando fazia alguma coisa
nova. Provavelmente, isso foi bastante frustrante para o golfinho.
Contudo, no décimo quinto dia, de repente, ele pareceu ter aprendido as
regras do jogo. Entusiasmou-se e apresentou um espetáculo surpreendente,
incluindo oito novas formas diferentes de comportamento, quatro das
quais jamais haviam sido antes observadas na espécie. O golfinho parecia
ter compreendido não apenas como gerar o novo comportamento, mas também
as regras sobre como e quando gerá-lo. Os golfinhos são inteligentes.
Um último detalhe: durante os 14 dias Bateson observou que o
instrutor jogava peixes para o golfinho fora da situação de treinamento.
Bateson ficou curioso e questionou essa atitude. O instrutor respondeu:
"Ah! isso. É para manter as coisas em termos amigáveis, naturalmente.
Afinal, se não tivermos um bom relacionamento ele não vai se dar ao
trabalho de aprender alguma coisa".
J. O’Connor e J. Seymour, em "Treinando com a PNL", Summus.
6. Execução de estratégias
Você certamente já brincou de fazer desenhos em várias páginas de um
livro, de forma que ao passar rapidamente as páginas percebe-se uma
animação. E certamente conhece a película de um filme, que é algo
estático até que seja passado apropriadamente em um projetor. Da mesma
forma um programa de computador não passa de um punhado de bytes
guardados no disco rígido, até que os comandos que contém sejam
colocados na memória e executados.
Uma estratégia instalada é como um programa de computador no disco ou
um filme na película: nada acontece enquanto não for iniciada e
processada. Elas precisam que lhes seja dada vida. Para isso, algo deve
acontecer:
Uma decisão consciente – a pessoa voluntariamente escolhe iniciar a estratégia.
Estímulo ou contexto – algo que é percebido pela pessoa
provoca o início da estratégia. A palavra “barata” pode iniciar uma
estratégia de medo. Entrar em um ambiente pode iniciar uma estratégia de
mal-estar. Tendo em vista nossa capacidade de distinguir, até um
levantar de sobrancelhas pode iniciar algum processo interno. O estímulo
também pode ser interno, como uma imagem, som ou sensação. Essa ligação
de um estímulo com uma estratégia é chamada ancoragem, e o estímulo, âncora. A ancoragem pode ser provocada intencionalmente e é uma das maneiras de se intervir em estratégias e mudar comportamentos.
Um ponto de decisão – Toda estratégia tem pelo menos um ponto
de decisão, em que o resultado desejado é comparado com o atual; se
forem congruentes, a estratégia termina. Mas pode haver outros pontos de
decisão em uma estratégia; nos quais pode ser iniciada outra.
Às vezes ocorre um laço, no qual a estratégia é continuamente
reiniciada e a condição de saída nunca é atingida. Você talvez já tenha
ficado por um dia inteiro envolvido com uma atividade, no trabalho ou na
escola, e depois teve dificuldades de se desligar do problema. Ou seja,
as estratégias internas que você usou continuavam em processamento.
Neste caso pode ser preciso uma intervenção para interromper a
estratégia (veja adiante algumas idéias para interromper estratégias).
Uma estratégia sem pontos de decisão intermediários, acionada por
estímulos externos, pode dar a impressão de causa e efeito. Por exemplo,
uma pessoa que tem fobia de barata e toda vez que vê qualquer
barata tem a reação fóbica. Isto somente em parte é verdade, já que não é
a barata que causa o problema, e sim a estratégia que é iniciada diante
do estímulo. Se houver uma avaliação de perigo real, por exemplo, como
parte da estratégia e antes da reação, esta poderia dar lugar a um
comportamento indiferente ou algum outro de ordem prática, como matar a
barata.
Uma característica interessante é que um estímulo externo que dispara
uma estratégia pode em alguns casos ser substituído por um estímulo
interno. Por exemplo, a pessoa com fobia de barata pode ter a reação ao
imaginar a barata, desde que a representação satisfaça os critérios de
“realismo” da pessoa (Dilts et al., 1980, pág. 119).
Atividade 29 – Você tem âncoras?
Você tem:
a) A "sua" música?
b) Uma música que lhe empolgue?
c) Algum ruído que lhe chateie (como alguém mastigando ou limpando os dentes com a língua)?
7. O ser humano em ação
Suponha que você está martelando um prego. Seu objetivo é o prego
enterrado na madeira, a situação atual é você com o prego em uma das
mãos e o martelo na outra. Você tem um roteiro interno, uma estratégia
de dar algumas marteladas com uma certa força. Você dá a primeira
martelada, observa o resultado: o prego mal penetrou a ponta. Com essa
informação você verifica que a madeira é mais dura do que imaginara, e
dá outra martelada, desta vez mais forte. O prego, ao invés de penetrar,
se dobra.
Esse exemplo demonstra o que pode ocorrer no dia a dia: nem sempre
podemos prever com precisão quais são os comportamentos que conduzirão
aos resultados que desejamos. Isso ocorre com coisas e principalmente
com pessoas, com sua capacidade de escolher e mudar. O inesperado é
portanto algo que se pode esperar que aconteça!
E se nem sempre podemos prever o que vai acontecer, para que
consigamos nossos objetivos é necessário que estejamos continuamente
obtendo os feedbacks dos resultados das nossas ações para
podermos atualizar nossos mapas e ajustar nosso comportamento. Esse
ajuste só pode ser feito com informação "fresca", do momento presente.
A conclusão é que, embora tenhamos estratégias padronizadas instaladas e disponíveis para aplicação, decidir qual será a melhor estratégia ou combinação de estratégias a ser executada é algo que é feito a todo o momento. Para isto, precisamos estar prestando atenção aos resultados do que fazemos e precisamos decidir quando apropriado.
Nos exemplos dados de estratégias em execução, você viu que às vezes o
personagem "sente-se mal" ou "sente ciúme". A dimensão emocional é de
natureza energética, e não pode armazenada como etapa de uma estratégia.
A emoção, portanto, e da mesma forma que a atenção e a decisão, é um
processo do momento presente. Viver é assim um ciclo permanente de
perceber, decidir e sentir, enquanto nossas estratégias suportam nossos
comportamentos em direção aos objetivos.
Note que embora estamos nos referindo a esses processos por
substantivos, o mais apropriado seria usar os verbos: estamos
percebendo, estamos decidindo, estamos nos emocionando ou sentindo.
Atenção
A capacidade de perceber se destina a captar informações do ambiente e
sobre o próprio organismo. Consideramos aqui a atenção como a percepção
direcionada.
A atenção é bastante flexível: pode estar voltada para o ambiente ou
para a própria pessoa. Por exemplo, posso olhar para a minha mão ou
perceber uma sensação na mão. A atenção pode estar voltada para a
própria mente: posso perceber uma imagem interna que estou produzindo.
Ao lembrar, momentaneamente minha atenção vai para o passado, e ao
planejar, presto atenção ao que está representado como futuro.
Há milhares de estímulos aos quais podemos prestar atenção. Pense em
uma paisagem: podemos vê-la como um todo ou em pequenos segmentos.
Podemos olhar uma montanha ou uma árvore na montanha. Podemos atentar
para o contorno da montanha ou para um pequeno trecho dele. Se perto o
bastante, podemos olhar para uma folha de uma árvore, também como um
todo ou para um pequeno segmento. Podemos prestar atenção a cores,
formas ou texturas.
A atenção pode ser direcionada pelo que queremos. Se só queremos
saber o que há lá, a atenção se dirige para o todo e para coisas e
objetos; se vamos desenhar, precisamos observar detalhes precisos da
imagem, importando menos se há coisas ou objetos.
Esta capacidade de direcionar a atenção tem duas conseqüências importantes. Primeiro, cria o fenômeno da eliminação
de informação. Ao prestar atenção em algo, eliminamos outras coisas.
Segundo, considerando que as estratégias podem ser iniciadas por
estímulos e contextos, diante de um mesmo quadro podemos variar as
estratégias que serão executadas mudando o que enfatizamos na percepção.
Decisão
Nossas estratégias internas, em maior ou menor grau, nos conduzem a
escolher: fazer ou não fazer, fazer isto ou aquilo. Podemos também
escolher valores, objetivos, crenças. Embora tenhamos objetivos e
valores, nada efetivamente nos obriga a fazer qualquer coisa, podemos
ficar estáticos para o resto da vida. Podemos ter estratégias de
decisão, que nos proporcionam alternativas e critérios, mas ainda assim
será necessário o elemento adicional da vontade pessoal.
A efetividade de nossas decisões depende da riqueza de opções geradas
por nossas estratégias e da riqueza de nossos mapas, ou seja, nossos
conhecimentos e direções. Diante de um obstáculo, por exemplo, pode ser
gerada a opção de desistir ou alternativas variadas de solução.
E como já vimos, o único momento em que uma decisão pode acontecer é
no presente. Não parece fazer muito sentido escolher ontem ou amanhã.
Certos autores admitem a possibilidade de haver escolhas
inconscientes, ou seja, a pessoa não tem como saber como decidiu. Essa
idéia é questionável por dois aspectos. O primeiro é que as decisões em
estratégias na qual é pessoa é competente inconsciente são tomadas muito
rapidamente. Como exemplo, considere um jogador de basquete que conduz a
bola, dribla um adversário, joga a bola para um colega e entra no
garrafão para receber a bola e arremessar para a cesta. Toda a jogada
dura um segundo. Se perguntarmos ao jogador o que o levou a fazer a
jogada, ele poderia dizer “Bem, eu vi que podia passar pelo espaço à
direita do jogador deles e arremessar, mas no meio do caminho vi meu
colega em boa posição e resolvi melhorar a posição do arremesso e graças
a Deus fui feliz”. O jogador de fato avaliou situações e tomou várias
decisões em frações de segundo, para conduzi-lo ao objetivo. E assim
como esse jogador se lembra do que fez, outras pessoas não se lembram, o
que é o segundo aspecto. Decidiu, só não está se lembrando no momento.
Emoção
Você deve ter notado, nos exemplos acima, que em alguns momentos da execução de uma estratégia o personagem sente
algo, e isto influencia o resultado. No caso da calça rasgada, ele
sente-se mal ao imaginar que podem vê-lo na situação, e isto influencia
sua decisão de agir.
Veja um outro exemplo de estratégia que envolve emoções:
· Alguém está ministrando uma palestra e percebe algo diferente, como uma sensação incômoda na parte interna da boca.
· Avalia a situação e reconhece-a como "sede"
· Baseado em sua experiência, Alguém projeta mentalmente um futuro
pior se nada for feito: dali a pouco não vai conseguir nem falar. Sente
sensação de “ansiedade”.
· Identifica possíveis alternativas de solução: a primeira que lhe
ocorre é interromper a palestra e ir ao bebedouro. A segunda é pedir a
algum assistente para trazer água. A terceira que lhe ocorre é beber a
água da mesa, que deve estar morna.
· Ao avaliar a primeira alternativa, imagina como será desagradável
parar a palestra. Ao avaliar a segunda, aplica um critério que diz que
deve evitar pedir coisas a outra pessoa que ele mesmo possa fazer,
porque ele se sentiria desconfortável. . A terceira opção é avaliada como tendo um prazer mediano, já que a água está morna.
· Alguém escolhe a alternativa mais prazerosa.
Se não houvesse água na mesa, talvez Alguém escolhesse a opção menos desagradável dentre as que elaborou.
Esses exemplos demonstram que a emoção é parte integrante dos
processos internos, e não pode ser dissociada da inteligência de uma
pessoa (embora uma pessoa possa aplicar alguma estratégia destituída de
componentes emocionais). Ou seja, embora seja possível descrever uma
estratégia sem seus passos emocionais, ela será mais completa quando
incluí-los. Isso também ajuda a explicar porque às vezes uma estratégia
pode funcionar para uma pessoa e não para outra.
As emoções podem ter papéis variados no contexto da execução das
estratégias. Primeiro, podem ser utilizadas como critério de decisão,
para "pesar" alternativas, como no exemplo acima. Segundo, provêm
energia para a ação. Algumas emoções são grandes fornecedoras de energia
para a ação, como a raiva, o entusiasmo e a paixão. As emoções também
podem ser de afastamento, como o nojo. Essas nos protegem de coisas
potencialmente nocivas ao nosso organismo.
Podemos escolher emoções?
Enquanto que as decisões constituem o aspecto proativo do ser humano,
as emoções são o aspecto reativo. Uma das descobertas mais sensacionais
da PNL é que o que sentimos ou deixamos de sentir está diretamente
ligado à estrutura das representações internas que fazemos, é uma reação
a essa estrutura. Veja o que Bandler [1987] diz:
"Quantos já pensaram sobre a
possibilidade de variar, intencionalmente, a luminosidade de uma imagem
interna para modificarem as suas sensações? A grande maioria das pessoas
deixa o cérebro mostrar, de maneira aleatória, as imagens que quer, e
reagem sentindo-se bem ou mal a elas.
Agora pensem em algo desagradável, que os façam sentir-se mal.
Escureçam a imagem, cada vez mais… Se diminuírem o suficiente a
luminosidade da lembrança, ela não mais os incomodará. E com isto, todos
poderão economizar muito dinheiro gasto em psicoterapia."
Quando afirmamos que "Fulano me fez ficar com raiva", estamos na
verdade expressando "Estou representando o Fulano internamente de uma
forma tal que reajo com raiva". Isto abre inúmeras possibilidades para
lidar com emoções e ter melhores opções.
Acredito que não podemos escolher emoções diretamente, mas
podemos escolher as representações internas e estruturá-las de forma que
provoquem as emoções que quisermos. Imagine a possibilidade de
dispormos de estratégias para essa finalidade, nas quais tenhamos
competência inconsciente!
Atividade 30 – Leitura: A iluminação do "maluco"
Conduzi há alguns anos um programa de Confirmação em Scottsdale,
Arizona. No meio do seminário, um homem levantou-se de um pulo, e
começou a cutucar as pessoas ao redor com a mão, como se empunhasse uma
faca, ao mesmo tempo em que berrava:
- Estou apagando! Estou apagando!
Um psiquiatra, sentado duas filas à sua frente, gritou:
- Oh, não! Ele está tendo um colapso psicótico!
Por sorte, não aceitei o rótulo do psiquiatra. Ainda não desenvolvera
o conceito de metáforas globais; fiz apenas o que melhor sabia fazer.
Interrompi o padrão do homem. Aproximei-me, e disse:
- Então se acenda! Trate de se acender agora!
Ele ficou aturdido por um momento. Parou o que fazia, e todos
observaram, à espera do que aconteceria em seguida. Em poucos segundos, o
rosto e o corpo do homem mudaram, ele passou a respirar de um modo
diferente. Insisti:
- Acenda-se todo.
Perguntei depois como ele se sentia agora, e a resposta foi:
- Assim é muito melhor.
Mandei que ele sentasse, e continuei com o seminário. Todos pareciam
desconcertados, e confesso que eu também me sentia um pouco surpreso
pela manobra ter dado certo com tanta facilidade. Dois dias depois, o
homem me procurou e disse:
- Não sei o que deu em mim, mas completei quarenta anos naquele dia, e
de repente me senti completamente perdido. Tive vontade de cutucar as
pessoas, porque me senti na escuridão, que ameaçava me apagar por
completo. Mas quando você disse para eu me acender, tudo se iluminou. E
me senti todo diferente. Passei a ter novos pensamentos, e hoje me sinto
muito bem.
(De Poder Sem Limites, Anthony Robbins, Best Seller)
Atividade 31 – Você está com fome?
Pense em um de seus pratos preferidos, daqueles que você tem grande
prazer em saborear. Procure colocar-se mentalmente em cada situação
abaixo, e perceber o que sentiria, em termos de atração ou afastamento
(se preferir, não é preciso atribuir um nome ao que sentir).
a) Você não tomou café da manhã, está morrendo de fome, e aquele prato está à sua frente.
b) Você comeu uma feijoada tão boa, mas tão boa que comeu
muito além do que precisava e julgava caber no estômago, e se sente
extremamente enfastiado e até arrependido. E aquele prato predileto esta
à sua frente.
Atividade 32 – Há diferença?
Pense em algum objetivo. O que sente em relação a ele?
Agora pense em algo que tem que fazer. O que está sentindo?
Atividade 33 – Saia dessa
Você é o piloto de uma nave espacial de emergência, levando vacinas
para uma colônia da Terra a vários anos-luz. Sua nave é de emergência, e
possui o menor peso possível, quase nada é desprezível, e o combustível
foi estritamente calculado para atingir o planeta de destino. A nave,
após acelerar, segue por inércia, e está a 45 minutos de religar os
motores para os procedimentos de chegada, quando o computador de bordo
acusa excesso de peso de 53 quilos, o que, persistindo, comprometerá a
conclusão da viagem. Você desconfia, procura e acaba descobrindo uma
clandestina que lhe informa estar querendo encontrar na colônia o irmão
que não vê há 5 anos. Se a mantiver na nave, o combustível não será
suficiente para levar as vacinas. Você verifica pelo rádio que não há
nenhuma outra nave na área.
Elabore alternativas de ação e tome a decisão final. Verifique se há emoções envolvidas.
(de um episódio da série de TV Além da Imaginação).
8. Estratégias internas e o corpo
É comum falarmos em "corpo" e "mente". Qual será exatamente a relação
entre esses dois componentes? Alguns termos e frases comuns indicam que
intuímos essa relação, embora talvez sem saber precisamente como
aplicar essa informação para algo prático. Por exemplo: "Mens sana in corpore sano",
"doenças psicossomáticas", "úlcera nervosa". Em todas está expressa a
idéia de que algo que acontece na mente afeta o corpo. Vamos ver a
seguir vários exemplos para esclarecer melhor essa relação. Para
facilitar, faça as atividades seguintes.
Atividade 34 – Água na boca
Feche os olhos e imagine-se comendo o que mais gosta. Se se vir como
que assistindo a um filme, entre no filme e veja tudo como se estivesse
acontecendo agora. O que você está vendo e sentindo? Permita-se sentir o
máximo de prazer que puder. Repare se houve algum impacto na sua
salivação.
Atividade 35 – Afirmação
Pense em um objetivo qualquer que tenha no momento. Pode ser os que
escolheu na atividade no início do texto. Diga em voz alta a afirmação
"É possível! Sou capaz! Eu mereço!" enquanto faz o seguinte (observe as
diferenças em si mesmo entre cada situação):
a) Sentado, jogue o quadril à frente e a cabeça para trás e use um tom de voz bem lento e desanimado.
b) Em pé, com o mesmo tom de voz que o anterior.
c) Em pé, encaixe os quadris, jogue os ombros para trás, punhos
fechados com uma certa tensão, usando um tom de voz decidido e firme.
d) Na mesma posição e tom de voz anteriores, acrescente algumas
imagens de você no futuro próximo, tendo atingido com sucesso o objetivo
e já na fase de estar curtindo, usufruindo o resultado.
Atividade 36 – Interjeições
Primeiro, leia a historinha abaixo.
Alguém andava distraidamente pelo quintal de sua casa quando
percebeu o filho do vizinho em um canto. "A-há!". Percebeu que fumava
escondido e hostilmente fez: "Óóóóóó!". O meninho saiu correndo e Alguém
viu, consternado, que ele pisara nas flores recém-surgidas. Lamentou:
"Oh!". Entrou na casa e, ao cruzar com sua esposa, esta lhe deu uns
beijos e beliscou sem bumbum. Ele fez, marotamente e com um risinho:
"Óóóóó!" Foi então à geladeira e viu que tinha o seu doce preferido
entre os preferidos. E soltou um "Yeesssss!" enfático. Colocou um pouco
do doce em um prato, sentou-se, comeu o primeiro pedaço e saborosamente
exclamou: "Hmmmmmm!".
Agora, reveja as cenas e "vivencie" o que Alguém diz em cada
situação; imagine que a situação está realmente acontecendo. Procure
notar as mudanças e diferenças em seu corpo a cada exclamação.
Pistas de acesso
Como você deve ter percebido, é mais fácil verificar a interação
entre corpo e mente do que explicar porque e como isto ocorre. E de fato
não precisamos saber disto, precisamos saber como usar esta integração
para obtermos os resultados que queremos. Mais do que conhecer a
verdade, nossa abordagem busca a utilidade.
O fato é que o que pensamos pode provocar mudanças perceptíveis no
corpo. O inverso é verdadeiro: mudanças no corpo provocam mudanças nas
representações mentais. E o que pensamos pode provocar emoções, que
afetam o corpo.
Foi descoberta uma interessante e útil relação entre os processos
internos e o movimento dos olhos. Esses processos, como vimos, estão
relacionados aos sentidos: vemos, ouvimos, sentimos e falamos com nós
mesmos (diálogo interno). Ao visualizar internamente, podemos estar
lembrando ou construindo imagens, o mesmo ocorrendo com os sons. Um dos
recursos mais usados em PNL é a relação entre os processos internos de
uma pessoa e o movimento dos olhos. A indicação externa do que estamos
fazendo é a posição dos olhos. Tipicamente, ao construirmos imagens,
movemos os olhos para o alto, à direita. Ao captar uma sensação,
tipicamente olhamos para baixo, à direita. Veja na figura a posição dos
olhos correspondente a cada tipo de acesso. (AR – auditivo recordado; VC
– visual construído; C – cinestésico ou sensação, às vezes representado
por K, e assim por diante). Estas posições correspondem ao padrão de
aproximadamente 90% das pessoas, e nas demais aparecem invertidos
lateralmente.
Os movimentos oculares e outros, chamados pistas de acesso,
são usados por exemplo para se detectar o que uma pessoa está fazendo e
no que ela está prestando atenção, ou seja, as estratégias internas que
ela está aplicando. Podem ser usadas também para induzir o uso de certas
estratégias e não de outras. Por exemplo, na parte criativa de uma
tarefa, posso olhar para cima à direita. Sobre isto, veja o que dizem
Dilts e Epstein (1999):
"(…) experimentar essas pistas não nos fará automaticamente começar a ver fantasias em technicolor.
O nosso sistema nervoso não é uma máquina e as pistas de acesso não são
simples gatilhos causa-efeito. Ajustar a nossa pista de acesso pode ser
comparado ao que fazemos quando estamos sintonizando um canal na
televisão. A imagem na tela não vem realmente de dentro da televisão. A
imagem é transmitida de algum outro lugar. Ao sintonizarmos um canal,
podemos escolher as imagens e os sons que estão sendo transmitidos. As
pistas de acesso funcionam de maneira semelhante. Elas ajudam a pessoa a
sintonizar quaisquer representações mentais que estejam ativas. Da
mesma maneira como ocorre com a televisão, descobrimos que se o sinal
transmitido for fraco ou distante, talvez não seja possível captá-lo
independentemente das nossas tentativas para ajustar os botões. Contudo,
se morarmos próximo a uma torre de transmissão ou satélite a precisão
da sintonização é menos essencial"
Atividade 37 – Pistas visuais de acesso
Para verificar os padrões de relação entre os processos internos e os
movimentos dos olhos, peça para alguém responder às perguntas abaixo e
observe seus olhos.
· Visual recordado – De que cor é a porta da frente da sua
casa ou seu apartamento? De que cor são os olhos da sua mãe? Qual a
altura do edifício onde você mora?
· Visual construído – Como você se pareceria, do meu ponto de
vista? Como você ficaria de cabelo roxo? Em um mapa de cabeça para
baixo, em que direção ficaria o Sul?
· Auditivo recordado – Qual é o seu tipo preferido de música?
Como seria sua voz debaixo d’água? Qual seria o som de uma serra
elétrica cortando uma chapa de aço?
· Auditivo construído – Você consegue ouvir um papagaio
dizendo seu nome carinhosamente no seu ouvido direito? E no esquerdo?
Como é apertar uma tecla de um piano e ouvir um latido?
· Cinestésico – Qual é a sensação da água no seu corpo quando
você nada? Como é a sensação de apertar o dedo na porta? Como é o pelo
de um gato? Qual de suas mãos neste momento tem mais sensações?
· Diálogo interno (auditivo digital) – Em que tom de voz você
diz algo a si mesmo quando verifica que fez um bom trabalho? O que diz
para si mesmo quando algo dá errado? Quando fala consigo mesmo, de onde
vem o som?
Atividade 38 – Praticando a interação corpo-mente
Experimente o seguinte e observe as diferenças no seu organismo:
a) Abra a boca como se estivesse sorrindo.
b) Faça de conta que está gargalhando.
c) Tomar uma decisão sentado e "jogado" na cadeira;
d) Tomar uma decisão de pé, em postura de "força" e "disposição”;
e) Assuma uma postura de "raiva".
Atividade 39 – Observação
Você já viu um cachorro latir? Ele late com todo o corpo, desde a
cabeça até o rabo, tudo se movimenta. Como exercício, saia por aí com a
intenção de observar a integração corpo/mente de pessoas e animais. Você
pode perguntar: “E aí, animado?”, e comparar a resposta verbal com a
não verbal.
Atividade 40 – Expiração de limpeza
Um exercício de "limpeza" do Ioga consiste em expirar forte,
associado a movimentos corporais. Faça o seguinte, enquanto observa as
diferenças:
a) De pé, solte o ar normalmente pela boca;
b) Solte o ar com força pela boca;
c) Encaixe os quadris, estenda os braços à frente, feche os punhos
com força, mova devagar os punhos em direção ao peito enquanto abre os
cotovelos e expire forte pela boca, enquanto estende os braços
rapidamente à frente.
9. Modelagem de estratégias
Tendo em vista nossos recursos cerebrais (nosso "hardware") serem os mesmos, se alguém pode aprender a fazer algo, qualquer
pessoa também pode. A chave para isto é descobrir e modelar os passos
essenciais da estratégia usada por uma pessoa e instalá-la em outra.
Você pode modelar as estratégias de qualquer pessoa, fazendo as
perguntas adequadas para extrair os passos essenciais. É bom levar em
conta que há pessoas que não têm uma idéia precisa do que fazem
(principalmente porque o fazem rápida e insconscientemente), até que
você as faça prestar atenção. Por exemplo, um executivo ao qual
perguntei sobre como tomava decisões, sua primeira resposta foi
"intuição e bom senso". Continuei fazendo perguntas, para descobrir que
ele tinha etapas, por exemplo, de projeção de conseqüências e se colocar
no lugar das pessoas. Já uma professora preparava aulas revendo o
conteúdo no livro e montando o quadro que estaria apresentando aos
alunos. Para saber se estava bom, ela se colocava na posição de um
aluno.
Sobre como controlar as reações variando a luminosidade das lembranças (citação na página 26), Bandler (1987) completa:
"Eu aprendi a fazer isto com pessoas que já o faziam. Uma mulher
contou-me, certa vez, que estava sempre alegre e que não deixava que
nada a chateasse. Perguntei-lhe como conseguia e ela disse: ‘Quando
penso em algo negativo, simplesmente diminuo a luminosidade’".
Há artigos e livros específicos de PNL sobre a modelagem de
estratégias. Mas lembre-se de que você com certeza já imitou e modelou
fisiologias e comportamentos desde quando era bebê, e já tem estratégias
desenvolvidas nesse sentido!
Conforme o nível de segmentação em que observamos ou descrevemos uma
determinada estratégia, podemos abranger maior ou menor nível de
detalhamento. Uma macro-estratégia compreende as etapas maiores e mais gerais, em um baixo nível de segmentação. Uma micro-estratégia
descreve detalhadamente os passos, em um alto nível de segmentação.
Planejar em que cidades se vai passar em uma viagem é uma etapa de uma
macro-estratégia; decidir o que vai fazer em cada uma também está no
nível macro, embora em um nível maior de segmentação. Já a forma como a
pessoa imagina as cidades caracteriza uma micro-estratégia. Ela
visualiza imagens ou filmes em cores? As imagens são grandes ou nítidas?
Uma macro-estratégia pode incorporar muitas micro-estratégias.
Estamos normalmente mais familiarizados com macro-estratégias: para
cozinhar pratos, para estudar e outras. Micro-estratégias têm também uma
série de aplicações. Por exemplo, na literatura de PNL está registrado o
caso de uma “doente mental” que tinha pilhas de relatórios no hospital
psiquiátrico. Richard Bandler (1987) descobriu que seu problema era que
não sabia distinguir o que tinha imaginado do que tinha efetivamente
percebido. Bandler ensinou-a a por uma moldura preta em tudo que
imaginava; ao lembrar-se de algo, se a imagem possuía a moldura preta,
tinha sido imaginada. Com o tempo essa micro-estratégia se tornou
inconsciente e automática.
Um critério para se saber o grau de detalhamento mais conveniente
para descrever uma estratégia é baseado na utilidade e na aplicação.
Algumas pessoas aplicam de imediato uma macro-estratégia, enquanto que
para outras é preciso segmentar mais.
Robert B. Dilts modelou as estratégias de Einstein, Aristóteles,
Disney, Tesla e outros gênios da humanidade, colocando-as à disposição
de qualquer um na série de livros A Estratégia da Genialidade. E usando-se técnicas de PNL, pode-se instalar uma estratégia rapidamente.
Por exemplo, a macro-estratégia da genialidade de Walt Disney (Dilts,
1998) consistia, no nível de macro-estratégia, de três etapas: o
Sonhador, o Realista e o Crítico. O Sonhador elaborava o resultado final
desejado; o Realista era o encarregado de elaborar os planos para a
construção, a materialização do sonho; e o Crítico garantia a qualidade
de tudo (figura).
Disney executava cada processo em separado dos outros, inclusive com
salas distintas para cada um. Cada papel tinha toda a liberdade para
trabalhar sem interferências dos demais. O sonhador, após elaborar seu
sonho, o passava ao realista, que por sua vez passava os planos para o
crítico, que após destacar alguns aspectos retornava as idéias ao
sonhador para o aperfeiçoamento, e assim por diante, até que todos
estivessem satisfeitos. Os papéis são complementares: o sonhador sem o
realista não consegue transformar idéias em algo concreto. O crítico e o
sonhador, sem o realista, podem ficar em conflito constante. O sonhador
e o realista podem criar, mas sem chegar a um alto grau de qualidade
sem o crítico. Cada função consiste em uma estratégia diferente, com
micro-estratégias distintas. Isto envolvia, para Disney, inclusive
posições corporais e jeitos de olhar diferentes.
A macro-estratégia de Disney e suas micro-estratégias são tema de um volume desta série.
10. Como expandir sua inteligência
Aqui é o ponto de maior aplicação prática de todo o material. É onde
transformamos conhecimento em habilidade. É onde respondemos à pergunta:
o que eu posso fazer para expandir minha inteligência, a minha
capacidade de escolher e obter resultados?
O caminho de uma maior inteligência é o aprendizado, visto como a
incorporação de novas estratégias e conhecimentos para definir e atingir
objetivos. Abaixo registramos várias possibilidades para isso.
Reorganizar estratégias
Talvez a forma mais simples de obter melhores resultados seja
simplesmente reorganizar os recursos disponíveis, tendo em vista os
resultados que se deseja obter. Para isto, é suficiente perceber os feedbacks,
ou seja, os resultados obtidos com a estratégia atual e verificar se
são o que se quer. Se não forem, fazer algo diferente, continuando o
ciclo até que os resultados sejam atingidos.
Em alguns casos, será necessário segmentar um objetivo em objetivos
intermediários, até um nível em que cada passo pode ser executado pela
pessoa. Um exemplo simples: tente soletrar uma palavra qualquer de trás
para a frente. Se não conseguir, segmente a palavra em sílabas e soletre
para trás cada sílaba em separado.
Aprender uma nova estratégia
Se não conseguimos algo que queremos, é porque não temos uma
estratégia ou estamos aplicando uma estratégia não apropriada. Na
verdade, não paramos de aprender nunca. A possibilidade que se abre é
aprender mais e melhor, em função de um melhor conhecimento dos
processos de aprendizagem.
A primeira forma de aprender uma nova estratégia é desenvolvendo uma.
Tendo em vista o objetivo, concebe-se etapas e objetivos. Outra forma é
modelar a estratégia de alguém ou instalar a estratégia que alguém
modelou, como vimos.
Ao invés de uma estratégia completa, podemos incorporar uma
estratégia interna adicional, que pode ser usada por si só ou como etapa
de uma estratégia mais ampla. Por exemplo, a capacidade de observar uma
situação ou problema por vários pontos de vista ou posições
perceptivas.
Outra possibilidade nessa linha é aprender a fazer internamente algo
para o qual dependemos de apoio externo. Por exemplo, a famosa lista de
coisas a fazer em papel pode ser substituída por uma estratégia de
memorização.
Veja adiante várias sugestões de estratégias.
Aplicar uma estratégia existente em outro contexto
Pode acontecer que você seja hábil em alguma coisa e que não tenha
percebido que pode aplicar essa habilidade em situações diferentes. Se
você é capaz de se identificar com alguém ou já se viu imitando outra
pessoa (como fingir que está tocando um instrumento ao ouvir uma
música), você já tem instalada a estratégia de adotar uma posição
perceptiva, e só precisa incluir essa capacidade em outros contextos.
Você pode ser muito bom em planejar festas, mas não usar essa
habilidade nos estudos. Um bom planejamento exige por exemplo previsão
do cenário e segmentação em objetivos intermediários.
Outras possibilidades
Muitas outras alternativas há para se expandir uma inteligência.
Tendo em vista os objetivos deste trabalho, vamos apenas mencionar mais
algumas (lembrando que qualquer alteração deve estar vinculada a um
objetivo):
· Buscar estratégia mais apropriada para o resultado desejado
· Aperfeiçoar os objetivos e meta-objetivos de uma estratégia
· Introduzir em uma estratégia uma etapa de busca por recursos disponíveis (internos e externos)
· Introduzir etapas ou pontos de decisão em uma estratégia
· Introduzir elaboração de alternativas e estratégia de decisão apropriada
· Harmonizar objetivos conflitantes
· Eliminar uma etapa de uma estratégia
· Alterar formatação de uma imagem ou som de uma etapa
· Alterar seqüência das etapas de uma estratégia
11. Instalação de estratégias
Aprender, em última análise, é instalar novas opções de
comportamentos externos e internos, organizados em estratégias que
sirvam para atingir objetivos. Uma vez que saibamos o que queremos, o
próximo passo para aprender é instalar as mudanças de forma que possam
ser usadas produtivamente.
A forma aparentemente mais comum de aprendizado de estratégias é a tentativa-e-feedback
(nome melhor para tentativa-e-erro): concebemos alguma ação, agimos,
observamos os resultados e ajustamos o que for preciso, repetindo isto
até ter sucesso. A instalação pode ocorrer inconscientemente (já
nascemos processando feedback).
Ocorre que na maioria das vezes, o que precisamos saber nos é passado
na forma de conhecimento, em linguagem comum e figuras. Para
conseguirmos aplicar esse conhecimento, precisamos convertê-lo em
habilidade, em processo. Há formas variadas de se fazer isto; o que elas
têm em comum é que no fim das contas devemos ser capazes de elaborar
comportamentos que possamos executar. Se alguém lê um livro sobre
inteligência emocional, só vai obter resultados se souber converter o
que leu em comportamentos aplicados a objetivos.
Veremos a seguir algumas estratégias de instalação e reorganização de estratégias (ou seja, meta-estratégias).
Ensaio mental
O ensaio mental consiste em usar a imaginação para conceber
comportamentos, principalmente no canal visual. É como se programar para
agir de uma determinada maneira, com a vantagem de que na mente podemos
controlar o processo, reduzir ou aumentar o ritmo do tempo e nos
anteciparmos a possíveis imprevistos. Na verdade, todo mundo faz ensaio
mental, o ponto aqui é explorar mais o potencial dessa capacidade. Você
vai encontrar outros nomes para essa capacidade, como "imagística
orientada" (de Daniel Goleman, da Inteligência Emocional),
"visualização", "visualização criativa", "mentalização" e possivelmente
outros). Antes de ler mais palavras, faça a atividade abaixo.
Atividade 41 – Os pés podem ir além
Providencie giz ou algo que sirva para marcação no chão (até uma
linha divisória no piso serve). Mantenha seus pés juntos e alinhados.
Gire um dos pés sobre o calcanhar até seu limite e faça uma marcação do
ângulo atingido.
Retorne o pé à posição inicial. Agora, feche os olhos e mentalize o
mesmo movimento de giro, só que indo muito além do que fora. Não há
limites para a imaginação, portanto, permita que o pé vá muito além do
que lhe parece possível.
Abra os olhos e mova o pé como no início. Compare o ângulo obtido
desta vez com a marca anterior. Descreva abaixo o que observou.
O ensaio mental pode até ser tão ou mais eficaz que treinamento
físico, já que pode ser mais flexível: a pessoa tem controle total sobre
velocidade, tempo e qualquer variável que conseguir. Porém, o ensaio
mental não substitui a destreza motora mínima. Embora um pianista possa
aprender a tocar uma música através do ensaio mental, ele deve estar
adequadamente treinado para conseguir comandar o corpo para fazer o que
concebeu, ou seja, as representações de comportamento sincronizadas com o
sistema motor.
O ensaio mental tem também as vantagens de permite testar
alternativas, antecipar possíveis problemas e avançar sobre limites,
dentro das limitações das estratégias pessoais. Quanto mais as relações
de causa e efeito internas estiverem conectadas às do mundo concreto,
melhores serão os resultados.
Uma aplicação muito útil do ensaio mental é efetuar testes das
intervenções feitas. Como o ser humano é complexo e tem a capacidade de
escolher, não há como falar em causa e efeitos 100% previsíveis, é mais
apropriado falar em ação e resultado provável. Havendo probabilidades, é
preciso verificar se o resultado desejado foi atingido. Por isto,
jamais deixe de testar, e caso o resultado não esteja satisfatório, faça
os ajustes necessários na estratégia e volte à ação.
“Quando eu examino a mim mesmo e os meus métodos de pensamento,
chego à conclusão de que o dom da fantasia significou mais para mim do
que meu talento para absorver conhecimentos” (Albert Einstein)
Qual é o limite das aplicações do ensaio mental? Sobre isto, veja a história de Nikola Tesla na atividade abaixo.
Atividade 42 – Leitura: Nikola Tesla
Talvez você não saiba que o nosso sistema de energia elétrica,
baseado em corrente alternada, foi possível devido a Nikola Tesla
(1856-1943), que descobriu o campo magnético giratório. Suas mais de 700
invenções incluem desenvolvimentos básicos para o motor
eletromagnético, o motor a turbina, transmissão sem fio e dispositivos
de controle remoto. A primeira usina hidrelétrica, nas Cataratas do
Niágara, foi um projeto seu, que venceu o de Thomas Edison, baseado em
corrente contínua. Tudo isto foi possível devido a uma fenomenal
capacidade de usar a imaginação de uma forma produtiva.
Para se livrar dessas atormentadoras aparições, ele tentava
concentrar sua mente em alguma outra coisa que tinha visto, e assim
obtinha alívio temporário. Mas para isto, ele tinha que produzir
continuamente novas imagens. Como ele conhecia apenas sua casa e as
redondezas, logo seu "estoque" de novas imagens se exauriu, e o remédio
perdeu a força.
Instintivamente, Tesla começou a fazer incursões além dos limites do
seu pequeno mundo virtual, e viu novas cenas, a princípio obscuras e
indistintas, que passavam rapidamente quando ele tentava concentrar sua
atenção nelas. Gradativamente ele teve sucesso em fixar as imagens, que
ganharam força e definição, até parecerem tão concretas quanto coisas
reais. E logo descobriu que se sentia mais confortável quando
simplesmente continuava aprofundando a visão, obtendo novas impressões
todo o tempo, literalmente viajando na sua mente. Nessa jornada ele via
novos lugares, cidades e países – vivia lá, conhecia pessoas e fazia
amigos e conhecidos, que lhe eram tão caros quanto os da vida real.
Logo Tesla notou que tinha também grande facilidade em conectar causa
e efeito, e também que cada pensamento seu era sugerido por uma
impressão externa. Esta habilidade de ligar seus processos mentais e
seus mapas internos à realidade física, combinada com sua prática em
imagens construídas, conduziu-o, na vida adulta, ao sucesso como
inventor. Ele não precisava fazer experimentos: concebia, aperfeiçoava e
testava suas invenções usando somente a imaginação.
Até hoje suas anotações são estudadas, e se vivesse agora, ainda assim suas idéias estariam à frente do seu tempo.
Atividade 43 – Ginástica mental
Aplique o princípio da atividade anterior nas situações abaixo. Em
todos os casos, faça o movimento físico, depois mentalmente, exagerando e
desafiando o possível, e novamente o físico, observando as diferenças.
a) Em pé, com as pernas esticadas e pés separados por uns vinte
centímetros, dobre o corpo na cintura, mantendo a coluna o mais reta
possível, e tente alcançar o chão com as mãos.
b) Em pé, um braço estirado na horizontal, gire a mão deste braço
para cima, com o apoio da outra mão. Faça o mesmo com a outra mão.
c) Estire horizontalmente um braço, a mão aberta. Gire o pulso um
pouquinho para um lado e para o outro, repetidamente, inicialmente
devagar. Vá aumentando a velocidade até o máximo que conseguir.
Sugestão: ao mentalizar o movimento, e para dar inspiração, imagine
perto da mão um beija-flor (ou seu pássaro preferido) em vôo.
d) Agora escolha um movimento corporal que lhe pareça adequado para o exercício e faça o mesmo. Descreva o movimento:
Atividade 44 – Aplicação de ensaio mental para memorização
a) Leia o texto abaixo.
"Às vezes tenho dificuldade em memorizar temporariamente algumas
pequenas coisas, como endereços e recados. Achei uma solução eficaz para
isso, uma alternativa ao papel: ao invés de tentar memorizar, imagino o
que vai acontecer. Por exemplo, se atendo ao telefone e devo informar
para Maria o nome da pessoa que ligou e o seu ramal, o que vai acontecer
é eu dizendo para Maria: "Maria, José pediu para você ligar pra ele, o
ramal é o 1763". Imagino exatamente isto.
Isto funcionou também para endereços, no caso uma quadra, um
conjunto e um número de casa, típico de Brasília. Imaginei-me dirigindo e
virando ao ver a placa da quadra, virando na entrada do conjunto e
localizando a casa. No caso de um local que não conhecia, imaginei
vários tipos possíveis de placas, tendo em comum o número em questão.
Acredito que em Brasília essa aplicação seja mais fácil devido aos
padrões dos endereços e à boa sinalização, mas acho que pode ser útil
também em outras cidades.
Houve ainda outros tipos de situação. Para lembrar de comprar algo
depois do expediente, Imaginei que estava entrando na padaria, por
exemplo, e pegando cada item. Para lembrar uma senha de telefone,
imaginei-me discando a dita cuja. Se funcionar ou não para você essa
estratégia, escreva para nós e compartilhe as suas Possibilidades."
b) Experimente cada possibilidade descrita.
Atividade 45 – Explorando possibilidades
Experimente um pouco: imagine à sua frente você mesmo, no ambiente em
que está. Ou seja, você está vendo uma imagem dissociada de si mesmo no
momento atual.
Imagine que no você do filme chegam todo tipo de luzes. Varie cores e
formas, dê bastante brilho, faça luzes entrarem no corpo pela cabeça e
saírem pelo pé em um fluxo contínuo e mais o que lhe vier à mente.
"Traga" a imagem para si, isto é, associe-se.
Experimente outras variações, como alguém que admira transmitindo as
luzes, sua música mais empolgante tocando ao fundo, você numa fisiologia
de "poder".
Atividade 46 – Projeção de futuro
Um caso particular do ensaio mental é quando ensaiamos comportamentos
futuros. Isto é chamado na PNL de "projeção de futuro". Ensaie
mentalmente os seguintes comportamentos, de forma dissociada (vendo um
filme) e depois associada (entre no filme ou "traga-o" para si).
a) Pentear o cabelo com a mão contrária à usada habitualmente.
b) Passar páginas de um livro com a outra mão.
c) Escrever com a outra mão.
d) Vestir uma calça pondo primeiro a perna que (provavelmente) nunca fez isto. Faça o mesmo para uma camisa de abotoar.
e) Tomar um banho esfregando com a outra mão.
f) Descreva um (e faça): ______________________________________________
Atividade 47 – Ensaiando um procedimento
Combine o ensaio mental com a técnica para a ansiedade acima.
Imagine-se em uma situação em que pode ficar com alguma ansiedade
(leve). Ensaie a técnica 3 vezes.
Metáforas
Nossa linguagem tem várias evidências da nossa capacidade de fazer
paralelos e analogias entre situações distintas. Por exemplo, suponha
que me acho "feio". Lendo a história do Patinho Feio, posso começar a
pensar que sou feio para algumas pessoas e não para outras, e até,
dependendo do meu conhecimento, mudar o significado da palavra feio, de
condição ou atributo de um ser para uma relação entre um observador e um
observado. Lendo a metáfora do caldeireiro abaixo, posso mudar meus
critérios de avaliação dos meus serviços, e achar que ao invés de estar
cobrando caro estou é cobrando barato.
Atividade 48 – Metáfora: O Caldeireiro
Um caldeireiro foi contratado para consertar um enorme sistema de
caldeiras de um navio a vapor que não estava funcionando bem. Após
escutar a descrição feita pelo engenheiro quanto aos problemas, e de
haver feito umas poucas perguntas, dirigiu-se à sala de máquinas. Olhou
para o labirinto de tubos retorcidos, escutou o ruído surdo das
caldeiras e o silvo do vapor que escapava, durante alguns instantes; com
as mãos apalpou alguns dos tubos. Depois, cantarolando suavemente só
para si, procurou em seu avental alguma coisa e tirou de lá um pequeno
martelo, com o qual bateu apenas uma vez numa válvula vermelha
brilhante. Imediatamente, o sistema inteiro começou a trabalhar com
perfeição e o caldeireiro voltou para casa.
Quando o dono do navio recebeu uma conta de $1000, queixou-se de que o
caldeireiro só havia ficado na sala de máquinas durante quinze minutos e
pediu uma conta pormenorizada. Eis o que o caldeireiro lhe enviou:
Total da conta…………………: $1000,00, assim discriminados:
Conserto com o martelo…..: $ 0,50
Saber onde martelar………..: $ 999,50
(Richard Bandler e John Grinder, em "Sapos em Príncipes", Summus)
Atividade 49 – Analogias da vida 1
Descubra semelhanças e pontos de contato entre a vida e dirigir
automóveis. Por exemplo, "a vida é como dirigir, se não se sabe para
onde se está indo, tanto faz para onde se vira".
Atividade 50 – Analogias da vida 2
Descreva como a vida pode ser comparada a um jogo.
Atividade 51 – Açúcar no fundo
Identifique um comportamento que pode ser derivado da frase:
"Os recursos de uma pessoa são como açúcar no fundo da xícara de café, para adoçar não é preciso por mais açúcar e sim mexer"
Indução lingüística
A forma mais conhecida dessa técnica são as afirmações, como "É
possível! Sou capaz! Eu mereço!". Há variações mais modernas que incluem
outros canais de representação, como o visual e o cinestésico, que
podem induzir representações internas mais completas e portanto com
maior probabilidade de sucesso. Através da linguagem pode-se induzir
estados e até hipnotizar uma pessoa; essa disciplina é chamada Hipnose
Ericksoniana, em homenagem ao psiquiatra do qual foram modeladas as
respectivas estratégias. Essa forma de intervenção também já foi chamada
de "meditação", como a Meditação do Sonhador, de Robert Dilts (no livro
Tools for Dreamers).
Atividade 52 – Indução do Apoio ao Aprendizado
Textos para ler, devagar e pausadamente, para poder fazer o que é
pedido e… aprender. Pode ser melhor ainda gravar uma fita ou pedir a
alguém para ler, com uma música suave ao fundo e voz macia, enquanto
você apenas relaxa e se deixa conduzir
"Para que seu corpo fique estável, como está agora, ele precisa de
apoios. Verifique os pontos de contato que o seu corpo tem agora… com a
cadeira… com o chão… Preste atenção nos pontos em que seus pés se
apóiam… nas sensações de contato… na firmeza… Conscientize-se das
sensações de apoio dos seus braços… e mãos…e costas… Perceba todos os
pontos de apoio que estão sustentando seu corpo… e solte-se neles…
permitindo-se, por alguns momentos, descansar… e relaxar…
Agora, coloque sua atenção nos apoios disponíveis para o seu
aprendizado. Uma sala… equipamentos… livros… materiais… perceba como uma
simples caneta pode lhe apoiar… Note o apoio que um instrutor pode
representar para o seu aprendizado… e mais ainda quando você solicitar…
Note também como dúvidas e perguntas são como lacunas… e cada lacuna é
uma ponte para um maior aprendizado… Perceba como todos os apoios,
juntos… se reforçam uns aos outros… para lhe conduzir aos seus
objetivos.
Houve um tempo em que você não sabia andar… e agora sabe… Houve um
tempo em que você não sabia falar… e agora sabe… Essas e outras
capacidades lhe deram frutos… e lhe apoiaram no aprendizado de novas
capacidades…e estas em outras mais… assim como os aprendizados de agora
vão lhe dar seus frutos… e apoiar novos aprendizados…e novas
capacidades…
E no futuro próximo… você vai poder se perceber… usando os apoios
que tem… uma simples caneta.. .uma mesa… uma pessoa… colegas… livros…
suas capacidades atuais… todo, todos os recursos disponíveis… e ainda
outros que você vai descobrir… todos eles combinados, por você, em uma
só direção… lhe apoiar nos objetivos que escolheu…
Em um futuro um pouco mais distante… já colhendo os frutos que
semeou… na carreira que construiu… e continua construindo… e com vários
dos sonhos atuais já realizados… por alguns momentos, vai poder olhar o
passado… e reconhecer tudo que o apoiou… e que lhe tornou o que é…
livros… materiais… os professores… os colegas… as perguntas que fez…as
respostas que buscou… os limites que superou… os obstáculos que venceu…e
os apoios que você mesmo representou para outras pessoas… E pode agora
se sentir agradecido… e satisfeito consigo mesmo… enquanto planta novas
sementes…e se permite sonhar outros sonhos…belos… úteis… para você… e
outras pessoas…
Suavemente voltando… ao momento presente… com a atenção de volta
ao seu corpo… aos seus apoios de agora… Descanse em todos esses apoios… e
relaxe… enquanto percebe como flui, em todo o seu corpo… em todo o seu
ser… o seu maior apoio… a maravilhosa energia da vida!
“Efeitos especiais” mentais
Uma forma de instalação de mudanças é executar um procedimento passo a
passo que faça o que é preciso. A PNL desenvolveu-se em grande parte
por meio da elaboração de estratégias de mudanças focadas em objetivos
específicos, como cura de fobia, vencer timidez e medo de falar em
público, estratégias para lidar com estados limitantes, indução de
estados e muitas outras. Ou seja, padrões de ação que na maioria dos
casos conduzem a certos resultados. Muitos desses padrões foram
concebidos a partir da modelagem de estratégias já usadas por muitas
pessoas, enquanto que outros foram simplesmente inventados. Veja um
exemplo na atividade abaixo.
Atividade 53 – Lidando com a ansiedade
33% das pessoas que vão ao médico queixam-se de ansiedade. Outro
tanto, em alguma época de suas vidas, também sofre de alguma variedade
desse problema. A ansiedade está relacionada à forma como a pessoa
imagina um ou mais eventos futuros. Por exemplo, alguém vai fazer uma
prova, imagina que não vai passar e se vê dizendo coisas terríveis para
si mesma e então sente pânico crescente. Há pessoas com medo de público
que imaginam, embora em geral não percebam, todas as pessoas na platéia
rindo dela. Você pode não acreditar, mas há pessoas com medo de aranhas
que imaginam uma imensa aranha indo na direção dela, e é com isso que
ficam ansiosas. Em alguns casos, ocorre uma realimentação. Por exemplo, a
pessoa ansiosa com uma aranha percebe seu coração disparado e faz
especulações
sobre um ataque do coração, o que aumenta a sensação de pânico. Esse
tipo de realimentação pode ser a causa de ataques de pânico,
contrapondo-se à ansiedade de longa duração.
Na verdade, a ansiedade é uma distorção de um processo vital para
nós. Para guiar nossas ações, fazemos suposições sobre o que vai
acontecer e os recursos que temos para lidar com os eventos futuros que
antecipamos. Esse processo tem potencial para gerar esperança ou medo,
alegria ou dor. Para conseguir ficar ansiosa, uma pessoa tem que
aumentar a significação de um perigo, ignorar seus recursos ou
"encurtar" o horizonte de tempo necessário para lidar com a situação e
outras distorções.
Ter consciência do próprio imaginário pode por si só eliminar ansiedades. Uma outra solução-minuto é fazer o seguinte:
"Relaxe os ombros e respire normalmente. Para estabelecer
referências do momento presente, olhe em volta, escute alguns sons e
preste atenção em algumas sensações do seu corpo. Agora feche os olhos e
pense em um evento sobre o qual você está ansioso ou com medo. Saia do
momento presente e mentalmente se desloque para o futuro – um minuto
após a conclusão do evento sobre o qual você está ansioso (garanta que o
evento terminou de maneira satisfatória para você). Agora vire-se e
olhe à frente. Abra os olhos."
Após executar o procedimento acima, tente sentir alguma ansiedade; é
provável que você esteja rindo, a reação mais comum quando se usa este
método. Medo e ansiedade não existem fora do tempo.
Minha experiência: apliquei o método a algumas situações cotidianas, e
logo após me surpreendi rindo e mais aliviado. Só então pude perceber
como ficava com alguma ansiedade em várias situações, sem notar. Era
algo como uma pressa, como se tivesse que acabar logo o que estava
fazendo. Após executar a técnica, era como se ficasse mais ligado ao
presente, um presente calmo e tranqüilo.
"Como se"
Diga-me quem você acredita que é e eu lhe direi quem és. A técnica do
"como se" é uma variação do ensaio mental, e consiste em fazer de conta
que algo que se quer já está acontecendo. Pode ser usada para
comportamentos e modelagem de pessoas, entre outras. Por exemplo,
imagine-se como se estivesse vivenciando um grande amor. O que veria? O
que sentiria? E se você fosse tudo que quer ser? Faz-de-conta nem sempre
é um mero faz-de-conta…
Um professor ao ministrar uma aula pode agir como se tivesse 10 anos
de experiência, e ao se sentar para aprender, "configurar-se" como se
fosse o mais ignorante no assunto pode ser mais produtivo do que agir
como se fosse o mais sabido.
A utilidade desta técnica tem limites: dizem que um homem tirou um brevê de teco-teco e saiu de lá como se pudesse pilotar qualquer avião do mundo!
Atividade 54 – Leitura: Magia
Cansada de rezar a Santo Antônio, a jovem balzaquiana quebrou a
imagem de gesso e apelou para outro protetor. Chamou para uma séria
conversa o seu anjo da guarda e deu-lhe um ultimato: estipulou um prazo
para conhecer o futuro marido: o último dia de maio.
Sucederam-se os dias – ela ia conhecendo pessoas no trabalho, no clube, nas lidas diárias.
A cada encontro, casual que fosse, perguntava-se: será este? – e pedia ao anjo um sinal, que tardava.
A cada encontro, casual que fosse, perguntava-se: será este? – e pedia ao anjo um sinal, que tardava.
Chegado o último dia de maio, eis que na sua sala está o vizinho, velho conhecido de infância, a pedir emprestado o jornal.
E como fosse ele seu namorado (embora ele ainda não o soubesse), ela o
convidou para o almoço de domingo e decorou a c asa com flores e deixou
o baralho bem à vista, um convite para prolongarem a tarde preguiçosa.
E como fosse ele seu marido (embora ele ainda não o soubesse), ela
confiou nele, confidenciou-lhe as idéias mais secretas, contou-lhe seus
sonhos.
E como fosse ele seu marido (embora futuro, e embora ele ainda não o
soubesse), ela abandonou-se mulher, como um fruto maduro de outono a
ofertar a polpa saborosa e nutritiva.
Ele a colheu tão naturalmente que ela nem percebeu em que momento
exato a vida penetrou em suas entranhas, demoliu seus pré-conceitos e
lançou-a em chamas em seus braços acolhedores de homem.
E não que ela quisesse fazer-se de moderna, contrariar os rígidos
princípios de sua educação católica ou mudar o seu comportamento,
porque, afinal, nos dias de hoje etc… – é que, como fosse ele seu marido
(embora futuro e embora ele ainda não o soubesse), ela despetalou-se,
flor, e esparramou-se em ondas sobre o leito.
E o milagre aconteceu.
E hoje, sendo ele de fato de papel passado o seu marido bem amado,
uns olhos de feiticeira piscam para ela com malícia do outro lado do
espelho e lhe confessam, despudorados, que o anjo da guarda não teve
nada a ver com a história.
Atividade 55 – Como se
Com toda a liberdade, faça de conta que são reais as seguintes
situações (quebre o estado entre cada uma, sacudindo-se, voltando a
atenção para o presente ou como preferir):
a) Você é ótimo ator.
b) Você é um mágico poderoso, do bem
c) Idem, do mal.
d) Você é extremamente criativo ao combinar objetos para novas aplicações.
e) Você toma decisões firmes e irrevogáveis.
f) Você toma decisões firmes, mas ajustáveis quando apropriado.
g) Você é capaz de qualquer coisa que decida.
12. Ecologia do ser humano
Esta seção introduz alguns princípios e atitudes que se deve levar em
conta ao se lidar com a mente e as emoções das pessoas. Você viu no
início que todo comportamento humano tem um objetivo. Na verdade, esse
princípio vai mais além: todo comportamento, reação ou sentimento tem um
propósito positivo. Mesmo os comportamentos mais desagradáveis visam algo de bom para a pessoa.
Exemplos de Connirae Andreas (1996): Tim tinha uma voz interior que
fazia comentários críticos sobre tudo e todos ao seu redor. A intenção
desse comportamento era identificar o que havia de errado para que a
vida dele fosse melhor. Wanda fumava, e o propósito associado era "ter
amigos". Wanda havia começado a fumar quando era adolescente, em uma
época em que "todo mundo" fumava e era "moda" fumar. Já Ben tinha
explosões de raiva quando discordavam dele, e sentia-se mal com isto.
Ele descobriu que o lado que o fazia ficar com raiva queria proteger seu
sentimento de identidade.
Uma aluna de faculdade estava fazendo grosserias com o professor por
causa de uma prova em segunda chamada, que ela queria fazer em
determinadas condições, iguais às da primeira prova. No meio da
discussão, ela deixou escapar seu objetivo positivo: "preservar a
integridade da minha personalidade".
Há um caso de uma mulher que estava gorda. Quando se aprofundou nos
objetivos, descobriu-se que ela estava com problemas no casamento e
temia cometer alguma infelidade. Ao engordar, tornou-se pouco atraente,
protegendo seu valor de fidelidade.
Emoções podem ter muitos propósitos. Outro, além dos que já vimos, pode ser fornecer feedback,
como a culpa, que pode estar avisando que algum valor foi violado. A
insegurança pode estar indicando que é necessária alguma preparação
adicional.
Assim como estratégias são instaladas, objetivos também são, e podem
estar inconscientes para a pessoa. A mente inconsciente vai gerar
comportamentos que conduzam a essas direções instaladas, usando as
estratégias disponíveis. Esses comportamentos serão as melhores
alternativas dentre aos possíveis no momento. Veja o que dizem Bandler e
Grinder (1975):
"Na tentativa de compreender como algumas pessoas continuam a
infligir a si mesmas sofrimento e angústia, nos foi importante
compreender que elas não são más, loucas ou doentes. Estão, na
realidade, fazendo as melhores escolhas dentre aquelas de que têm
conhecimento, isto é, as melhores escolhas disponíveis em seu próprio
modelo particular de mundo. Em outras palavras, o comportamento dos
seres humanos, não importa quão bizarro possa parecer à primeira vista,
faz sentido quando é visto no contexto das escolhas geradas por seu
modelo."
Seres humanos são sistemas, com muitas partes integradas e
funcionando harmonicamente, mesmo que por vezes o que acontece não
agrade a pessoa. Essa harmonia entre objetivos, valores, crenças e todos
os elementos é chamada ecologia interna. Todo ser humano é um
sistema ecológico nesse sentido. Tentativas de mudança podem não ter
sucesso por ignorar essa ecologia ou ter sucesso por observá-la. Por
exemplo, um alcoólico pode não parar de beber se ele não tiver opções de
comportamentos para atender aos mesmos propósitos que atinge ao beber.
Uma pessoa que vive se fazendo de vítima irá deixar de lado essa
alternativa assim que descobrir alternativas melhores para chamar a
atenção e conseguir carinho, caso sejam esses os objetivos.
Steve Andreas (2000) recomenda as seguintes atitudes para se lidar com seres humanos:
1) MUITA humildade em reconhecer quão pouco sabemos, e quão complexos são os seres humanos.
2) DELICADEZA e cuidado ao oferecer alternativas/intervenções.
3) Um ENORME respeito pelas objeções e preocupações das pessoas, e
não querer fazer qualquer mudança até que, e a menos que, essas objeções
sejam plenamente satisfeitas.
Portanto, toda mudança deve levar em conta a ecologia, e os testes da
mudança devem verificar se há alguma parte insatisfeita. A forma mais
simples de fazer isto é a pessoa ficar "como se" estivesse na situação e
ela própria verificar se há alguma parte insatisfeita. Cada objeção
identificada é a pista para se gerar novas opções. Este é o princípio do
ganha-ganha ou vencer-vencer: assim como na vida real, são buscadas
alternativas para que todos atinjam seus objetivos.
E à medida que você for descobrindo os propósitos positivos de suas
próprias partes, vai descobrir que o que parecia inimigo na verdade é um
aliado, um aliado interno, com objetivos respeitáveis e que só precisa
de melhores opções para atingi-los.
Atividade 56 – O que era mesmo que eu queria?
Escolha uma situação em que agiu de uma forma que não lhe agradou
muito. Pergunte-se: o que eu queria de importante, para mim ou para a
outra pessoa? Qual era o meu propósito?
Faça o mesmo para duas outras situações.
Atividade 57 – Identificando objetivos positivos
O procedimento abaixo faz parte da Transformação Essencial, um
poderoso método de integração, harmonização e acesso a recursos
(Connirae Andreas, 1996).
1) Escolha uma parte com a qual deseja trabalhar: pense num
comportamento, sentimento ou reação de que não gosta. Pode escolher uma
emoção que ache extrema demais ou "desequilibrada". Se tiver uma voz
interior que critica, escolha-a. Para este exercício, escolha um
problema de intensidade média. Você terá a oportunidade de trabalhar com
assuntos mais intensos depois que aprender o Processo de Transformação
Essencial.
Para selecionar um problema, complete uma das seguintes frases – a que seja mais apropriada à sua dificuldade.
a. "Um lado meu faz com que eu aja (comportamento) e eu gostaria de parar de agir assim."
b. "Um lado meu faz com que eu sinta (sentimento) e eu gostaria de parar de me sentir assim.”
c. "Um lado meu faz com que eu pense (pensamento) e eu gostaria de parar de pensar assim."
2) Onde, quando, quem: escreva onde, quando e com quem esse lado seu
geralmente aparece. Por exemplo: "Um lado meu faz com que eu me sinta
constrangida. Isto acontece quando estou falando diante de um grupo
grande".
3) Incidente específico: pense num momento específico em que isso
ocorreu. Por exemplo: "Isto aconteceu na última quarta-feira, quando
falei no clube". Crie um filme interno de si mesmo tendo esse
comportamento, reação ou sentimento indesejável. Algumas pessoas
preferem criar uma imagem fixa. do incidente.
(Você terá mais facilidade em cumprir as etapas seguintes se pedir
a alguém que leia as instruções em voz alta. Talvez você precise
informar à pessoa que está lendo em que velocidade deve fazer a leitura e
quanto tempo deve parar para permitir que você responda interiormente.
Em geral, é mais fácil voltar a atenção para dentro quando outra pessoa
está lendo as instruções com uma voz calma e suave. Se você for fazer o
exercício sozinho, recomendamos que primeiro leia todo o exercício. E
então, volte a ler e a processar cada etapa. Outra opção é gravar as
instruções.)
4) Relaxe e volte-se para dentro: feche os olhos, relaxe e volte-se para dentro de si mesmo.
5) Lembre-se do incidente: mentalmente, reviva o incidente específico
no qual ocorreu o comportamento, sentimento ou reação indesejável: Veja
através dos seus próprios olhos, ouça com seus próprios ouvidos e sinta
com seus próprios sentimentos.
6) Observe o início da reação: observe sua experiência interna no
momento em que o comportamento, sensação ou reação começa a ocorrer.
Preste atenção às imagens, sons e sensações internos que acompanham a
reação, o comportamento ou sentimento indesejável.
7) Localize e dê boas-vindas à parte: como você não escolheu
conscientemente o comportamento, o sentimento ou a reação, é como se um
lado seu os tivesse escolhido. Você poderá começar a sentir onde é que
esta sua parte se apresenta. Em que parte do corpo você sente mais
fortemente essa sensação? Se ouve uma voz interna, de onde ela vem? Se
vê imagens internas, em que parte do seu espaço pessoal elas estão
localizadas? Delicadamente, convide esse seu lado a entrar em contato
com você. Se esse lado estiver no seu corpo, talvez você queira colocar a
mão na região onde o sente melhor. Isto pode ajudá-lo a receber e a
reconhecer essa sua parte.
8) Agradeça à parte: mesmo que ainda não saiba, conscientemente, o
que esta parte quer, você pode partir do princípio de que seu objetivo é
positivo. Antes de mais nada, agradeça à parte por estar presente,
dando o melhor de si para fazer algo por você. Mostre o quanto você está
agradecido. .
9) Pergunte qual é seu objetivo: pergunte à parte: ”O que você
pretende fazer por mim quando [faz X]?". (Indique o comportamento,
sensação ou reação que você escolheu.) Depois de fazer esta pergunta
interiormente, espere a resposta. Talvez você perceba uma imagem, um
som, uma voz, uma sensação ou quem sabe uma combinação de tudo isso. Às
vezes, a parte leva algum tempo para descobrir o objetivo positivo. Tudo
bem, é uma experiência nova para ela. Portanto, dê-lhe o tempo de que
ela precisar.
10) Agradeça a resposta: quando tiver obtido a resposta, agradeça à
parte por ter respondido. Se o objetivo que a parte lhe deu for
positivo, agradeça-lhe por ter essa intenção.
11) Continue até descobrir o objetivo positivo: se não achar que o
objetivo seja positivo, pergunte: "Se você tem este objetivo (a resposta
do passo n? 9), o que isso fará por mim que seja ainda mais
importante?”. Agradeça à parte sempre que ela lhe der uma resposta.
Continue fazendo a pergunta até chegar a um objetivo que julgue
positivo.
13. Idéias para estratégias
Nesta seção registramos várias idéias para aperfeiçoamento das suas
próprias estratégias, algumas de aplicação mais geral, outras
contextualizadas.
Posições perceptivas
Um dos mais sensacionais recursos do organismo humano é a capacidade
de colocar a atenção em qualquer parte do mundo virtual interior,
recurso chamado na PNL de posição perceptiva, e diretamente
ligada à atenção. Se minha atenção está no momento presente e fecho os
olhos, internamente vou ter disponível a representação do contexto
imediato. Mas se quiser, posso fazer de conta que estou em outro lugar,
outro ambiente, e outras coisas acontecendo. Assumir posições
perceptivas diferentes é parte de várias boas estratégias. Um exemplo é o
de uma professora, que como fechamento da preparação de aulas assumia a
posição perceptiva de um aluno em classe. Embora não tenha experiência
de ator, suponho que uma estratégia de um bom ator é construir o
personagem na mente e quando for atuar assumir a sua posição perceptiva.
Quando lembramos ou elaboramos uma imagem interna e nos vemos na imagem, dizemos que estamos dissociados.
Já quando vivenciamos internamente uma experiência como se acontecendo,
vendo com nossos próprios olhos e sentindo com nosso próprio corpo,
estamos associados à experiência. Para você ter uma idéia melhor
da importância dessa variável, leia o que Andreas e Faulkner [95] contam
sobre o início da PNL:
“Quando Bandler e Grinder começaram a estudar pessoas com
dificuldades variadas, observaram que todas as que sofriam de fobias
pensavam no objeto de seu medo como se estivessem passando por aquela
experiência no momento. Quando estudaram pessoas que já haviam se
livrado de fobias, eles viram que todas elas agora pensavam nesta
experiência de medo como se a tivessem vendo acontecer com outra pessoa,
semelhante a observar um parque de diversões à distância. Com esta
descoberta simples, mas profunda, Bandler e Grinder decidiram ensinar
sistematicamente pessoas fóbicas a experimentarem seus medos como se
estivessem observando suas fobias acontecerem com uma outra pessoa à
distância. As sensações fóbicas desapareceram instantaneamente”
Atividade 58 – Posições perceptivas
Escolha uma experiência prazerosa que vivenciou com alguém. Marque um
ponto de início e outro para o final. Reveja a experiência, a partir
dos pontos de vista:
a) Seu próprio.
b) Da outra pessoa.
c) De um observador neutro e imparcial.
Atividade 59 – Posições perceptivas 2
Faça o mesmo que acima para uma experiência medianamente desagradável.
Variadas
Atividade 60 – Refúgio/prazer
Quando em um estado sem recursos, pode ser necessário uma
estabilização antes que possamos pensar em algo. Nesses casos, uma boa
opção é concentrar a atenção em coisas externas do momento presente: o
que você está vendo e ouvindo, o que está sentindo no corpo, onde é que
não está sentindo. Faça isto por 5 segundos, depois por 15, 30 e 1
minuto.
Por acaso esta é uma etapa das estratégias de prazer em geral: se
você está comendo algo, por exemplo, quanto mais perceber as sensações
do presente, mais prazer sentirá.
Atividade 61 – Aquecimento para desenhar
Pegue uma folha em branco e faça alguns rabiscos, libere a
imaginação, depois peça para todos que estiverem participando fazerem o
mesmo, quando terminar esta primeira etapa, comece o exercício. Trace
retas, círculos, o que achar necessário ligando um desenho ao outro,
automaticamente, começam a surgir imagens, talvez conhecidas ou não, a
partir de então, sua mente estará livre e você começará a desenhar
coisas que nem imaginava conhecer.
Este é também um exercício de liberdade interior, que você pode usar em outros contextos.
Atividade 62 – Checklist
Toda boa estratégia deve ter alguma etapa de verificação do resultado
obtido, para que saibamos se este é o desejado. Isto pode ser feito na
forma de checklists (listas de verificação). Ensaie mentalmente você
fazendo verificações nas seguintes situações:
a) Antes de enviar um e-mail. Não seja você a deixar aqueles erros de digitação.
b) Homens: após fazer a barba. Mulheres: após depilação. Não deixe pequenos pelos em cantos.
c) Após lavar a louça
d) Uma situação do seu dia-a-dia.
Atividade 63 – Definindo objetivos
Às vezes definimos objetivos de uma forma algo abstrata, que nem
sempre podemos verificar se foram atingidos. Por exemplo, como é que
você sabe quando está "feliz" ou "satisfeito"?. Se sabe, talvez
verifique que pensa em comportamentos.
Uma das formas de se definir objetivos verificáveis é identificar
comportamentos relacionados, como "estarei satisfeito se conseguir
dedicar meia hora para treinar o ensaio mental" ou "ficarei feliz a cada
dia que me dedicar durante o horário de trabalho a buscar o que
planejado, reservando o resto do tempo para o que eu quiser".
Identifique alguns comportamentos que para você estão associados a:
a) Prazer
b) Carinho
c) Amor em geral
d) Sentir-se amado
e) Você amar alguém
f) (Escolha)
Atividade 64 – Sorrindo naturalmente
Você já passou por alguém e foi cumprimentado com uma alegre sorriso
de rosto inteiro? É um prazer, não? Talvez você queira fazer o mesmo,
mas sem correr o riso de parecer que está forçando. Isto pode ser fácil,
usando-se uma estratégia de pensamento adequada. O segredo (ou pelo
menos um deles) é o que você pensa logo que identifica a pessoa como
conhecida. Sugestões para esse momento:
1) Lembre-se de experiências agradáveis que vivenciou com a
pessoa. Já saíram juntas? Contaram piadas? Descobriram coisas em comum?
2) Pense em como a pessoa lhe tratou e cumprimentou em outras
ocasiões. Algumas pessoas parecem sair por aí dispostas a tirar um
sorriso de qualquer um que passe perto.
Se você tiver esse tipo de lembranças prazerosas, pode ter certeza, você sorrirá com todo o rosto, e não só com os dentes.
Pode-se questionar: não dá tempo de fazer isto. Procede. O ideal
mesmo é fazer com a agilidade característica das coisas que fazemos bem,
como falar. A solução para isto é o ensaio mental. Pratique algumas
vezes na imaginação, com várias pessoas em situações variadas, criando
experiências internas que vão lhe servir de referência na prática (faça
uma vez agora para testar a estratégia!).
E se você não teve experiências prazerosas com uma pessoa específica,
sugiro que você sorria para ela apenas se seu objetivo for fazer
expressões carrancudas se abrirem!
)
Atividade 65 – Estratégia para lembrar nomes
Entrei no táxi contando para uma pessoa como era uma técnica para
lembrar nomes que tinha aprendido: Antes que eu terminasse, o motorista
surpreendentemente interrompeu a conversa, dizendo, enfático, que tinha
aplicado a técnica e lembrara de um nome que há tempos estava querendo
lembrar!
Às vezes penso que não há memorização, há apenas o lembrar. Pode-se
até organizar conhecimentos de forma a facilitar sua recuperação, mas o
que funciona mesmo é ter uma boa estratégia para o acesso. Para lembrar
nomes, conheço duas:
1) Lembre-se de fatos variados sobre a pessoa cujo nome você quer
lembrar. O que você sabe sobre ela? Que experiências viveu com ela?
2) Vá falando as letras do alfabeto, fazendo uma pausa em cada uma: A…B…C…
Em ambos os casos, não é preciso "tentar" lembrar, basta executar o
procedimento e aguardar. Da última vez, combinei as duas para lembrar o
nome de um garçom muito atencioso. Lembrei-me de outras vezes em que fui
ao lugar e fui passando as letras: A…B…C…D…E…F…G…Gonzaga!
O CACHORRO QUE MUDOU O MUNDO
Um professor observou como seu cachorro maltês não ficava só
esperando por carinhos. Ora deitava-se no chão de barriga para cima, ora
ficava passando a pata sobre a orelha, sugerindo o que queria. O
professor reconheceu a eficiência dessa estratégia de tomar a iniciativa
de busca e aplicou-a também com sucesso. Um dia, em sala da aula,
casualmente mencionou como o cachorro foi seu mestre, e contou aos
alunos como ele fazia. No dia seguinte, uma das alunas deu um feedback. Seu marido ocupado, ela disse que se lembrou do cachorro e tomou a iniciativa, também com sucesso.
[fim da parte verídica e início da futurologia]
Aquela aluna, na semana seguinte, contou para três amigas o ocorrido.
Uma se esqueceu, a outra não estava buscando nada e a terceira aplicou a
estratégia, com o mesmo sucesso. Esta então contou para várias amigas e
amigos, e devido ao seu jeito entusiasmado, três compraram a idéia, e
buscaram aplicar o método proativo de obtenção de carinho do cachorro.
Ao final do primeiro ano, mais de 100 pessoas haviam obtido sucesso em
conseguir carinhos. Após vinte anos, eram mais de 100 mil. Os que se
tornaram pais e mães ensinaram para seus filhos e filhas, e ao final de
50 anos, mais de 10 milhões de pessoas estavam aplicando a estratégia.
Um século depois, 200 ou 300 milhões de pessoas estavam diferentes
porque um dia um simpático cachorrinho maltês pediu carinho esfregando a
patinha na orelha.
BIBLIOGRAFIA
Andreas, Connirae. Transformação Essencial. Summus, 1996.
Andreas, Steve. Practitioners de PNL praticando terapia?! O Golfinho, outubro/2000, no. 69.
Andreas, Steve e Faulkner, Charles (orgs.). PNL – A Nova Tecnologia do Sucesso - Editora Campus, 1995.
Bandler, Richard. Usando sua Mente. Summus, 1987.
Bandler, Richard e Grinder, John. A Estrutura da Magia. Guanabara-Koogan, 1975.
Dilts, Robert B. et. al. Neurolinguistic Programming Volume I. Meta Publications, 1980.
O’Connor, Joseph & Seymour, John. Treinando com a PNL. Summus, 1996.
Pinker, Stephen. Como a Mente Funciona. Cia das Letras, 1998.
Robbins, Anthony. Poder Sem Limites. Best Seller, 1987.
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