Histórico da Radiologia
Evolução da Radiologia
Alfredo Thomé de Brito
A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas.
No Brasil, a primeira radiografia realizada foi em 1896. A primazia é disputada por vários pesquisadores: SILVA RAMOS, em São Paulo; FRANCISCO PEREIRA NEVES, no Rio de Janeiro; ALFREDO BRITO, na Bahia; e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas.
Primeiros Professores de Radiologia
Rafael de Barros Primeiro professor de radiologia de São Paulo - 1913 . Santa Casa de Misericórdia |
Duque EstradaPrimeiro professor de radiologia do Rio de Janeiro - 1913. Santa Casa de Misericórdia |
O Primeiro Aparelho Instalado no Interior do País
Foi o Dr. José Carlos Ferreira Pires o primeiro médico a instalar um
aparelho de Raios-X no interior do Brasil, na cidade de Formiga, Minas
Gerais, a 600 km do Rio de Janeiro. Hoje, o equipamento está no Museu de
Cirurgia em Chicago.
A placa em Chicago A primeira ampola |
Primeira Aula de Radiologia Aula dada no 3º ano médico pelo Professor João Américo Garcez Fróes na Faculdade de Medicina da Bahia no ano de 1903, publicada em l904. |
Primeira Processadora Automática Instalada no consultório particular do Professor Feres Secaf. |
Professores que Deram Continuidade ao Trabalho dos Pioneiros
Professor da Faculdade Nacional de Medicina. Considerado o Pai da Radiologia por ter formado a maioria dos radiologistas brasileiros de sua época. |
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Professor da Escola Paulista de Medicina. Foi Presidente do Colégio Brasileiro e da Sociedade Paulista de Radiologia. |
Professor de Radiologia da Faculdade de Medicina de Sorocaba, São Paulo. Idealizador e fundador do primeiro Curso de Técnicos do Brasil. |
1864-1916. Primeiro a Incorporar a Radiologia à Clínica. “Os raios-X não erram. Quem erra é o médico que não sabe interpretar”. |
Álvaro Alvim 1875-1928. Foi o primeiro a instalar um aparelho de raios-X no Rio de Janeiro, em 1897. Foi o primeiro a radiografar caso de xipófagas no mundo (l897): Rosalina e Maria, identificando seus órgãos. As irmãs foram separadas pelo famoso Cirurgião Chapot Prevost, com sucesso, fato de repercussão mundial. |
Colégio Brasileiro de Radiologia
Fundado em 15 de setembro de 1948, em São Paulo, durante a realização
da primeira Jornada Brasileira de Radiologia. Nas fotos abaixo, Rafael
de Barros, primeiro professor de Radiologia de São Paulo e José Maria
Cabello Campos, primeiro presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia.
Fotos da fundação do Colégio Brasileiro de Radiologia |
Manoel de Abreu e o Dia Nacional da Abreugrafia
O dia 4 de janeiro, dia do nascimento de Manoel Dias de Abreu, foi
instituído como o dia nacional da Abreugrafia em homenagem ao renomado
médico radiologista, nascido no ano de 1892 em São Paulo. O criador do
exame (daí o termo) se tornou mundialmente conhecido após o
desenvolvimento deste método diagnóstico e por sua constante luta contra
a tuberculose.
Roentgenfotografia foi o nome escolhido por Manoel de Abreu na
apresentação da nova técnica à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio
de Janeiro em julho de 1936. Poucos anos mais tarde, em 1939, no I
Congresso Nacional de Tuberculose, no Rio de Janeiro, a designação
Abreugrafia foi aceita por unanimidade. O exame foi usado no
rastreamento da tuberculose e doenças ocupacionais pulmonares,
difundindo-se rapidamente pelo mundo graças ao baixo custo operacional e
alta eficiência técnica. Unidades móveis foram desenvolvidas e
utilizadas em todo mundo. Fora da América do Sul, a denominação do exame
era variável: Mass radiography, miniature chest radiograph (Inglaterra e
Estados Unidos), Roentgenfluorografia (Alemanha), Radiofotografia
(França), Schermografia (Itália), fotorradioscopia (Espanha) e
fotofluorografia (Suécia). Tal era a aprovação e o entusiasmo pelo
método na época que, somente na Alemanha, até o ano de 1938, o número de
exames realizados pelo professor Holfelder já ultrapassava 500 mil.
A importância da obra de Manoel de Abreu também levou à criação da Sociedade Brasileira de Abreugrafia em 1957 e à publicação da Revista Brasileira de Abreugrafia.
Nas últimas décadas, a manutenção precária dos equipamentos brasileiros (o que facilitava o excesso de exposição à radiação ionizante) e as diretrizes de proteção radiológica cada vez mais rigorosas acabaram limitando a utilização do método nos diversos países. A radiologia brasileira, no entanto, já havia dado uma importante contribuição para a medicina mundial.
ciprianosousa.blogspot.com
Manoel de Abreu formou-se aos 21 anos pela Faculdade de Medicina do
Rio de Janeiro em 1913. Em 1915 mudou-se para Paris, onde freqüentou os
hospitais Nouvel Hôpital de la Pitié, o Laboratório Central de
Radiologia do Hôtel-Dieu e o Hospital Laennec. Publicou diversos livros,
entre eles o “Radiodiagnostic dans la tuberculose pleuro-pulmonaire” e
diversos artigos sobre a abreugrafia em periódicos nacionais e
internacionais, como “Collective Fluorography” no Radiology e “Processus and Apparatus for Roentgenphotography” no The American Journal of Roentgenology and Radium Therapy (AJR), ambos em 1939.
Em reconhecimento ao seu trabalho, o ilustre radiologista recebeu
diversas homenagens das principais entidades médicas, entre as quais a
medalha de ouro médico do ano do American College of Chest Physicians
(1950), o diploma de honra da Academy of Tuberculosis Physicians (1950) e
a medalha de ouro do Colégio Interamericano de Radiologia (1958). Além
disso, recebeu o título de membro honorário da Sociedade Alemã de
Radiologia (1940) e do American College of Radiology (1945). Morreu
vítima de câncer de pulmão em 1962, aos 70 anos.
O alto índice de mortalidade por tuberculose nas décadas de 30 e 40,
principalmente no Rio de Janeiro, e a ineficácia dos instrumentos
utilizados pelas autoridades sanitárias para combater a doença
propiciaram o aparecimento da Abreugrafia. O primeiro aparelho destinado
a realizar exames em massa da população foi construído pela Casa Lohner
e instalado na cidade do Rio de Janeiro em 1937. O método era muito
sensível, com especificidade razoável, de baixo custo operacional, e
permitia a realização de um grande número de exames em um curto espaço
de tempo. O exame tinha por princípio a fotografia do écran ou tela
fluorescente. A documentação era feita através de filme comum de 35mm ou
70mm. Seu criador sempre recomendou o filme de 35mm, o qual embora de
menor custo, exigia o uso de lentes de aumento especiais para a
interpretação do exame. |
A importância da obra de Manoel de Abreu também levou à criação da Sociedade Brasileira de Abreugrafia em 1957 e à publicação da Revista Brasileira de Abreugrafia.
Nas últimas décadas, a manutenção precária dos equipamentos brasileiros (o que facilitava o excesso de exposição à radiação ionizante) e as diretrizes de proteção radiológica cada vez mais rigorosas acabaram limitando a utilização do método nos diversos países. A radiologia brasileira, no entanto, já havia dado uma importante contribuição para a medicina mundial.
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