Ultra-sonografia x Ressonância magnética: vantagens e desvantagens
A ultra-sonografia (US) e a ressonância magnética (RM) são excelentes
métodos de diagnóstico por imagem em medicina esportiva. Ambos têm suas
vantagens e desvantagens.
Estas técnicas se destacaram nessa área da
medicina porque permitem uma ótima avaliação das estruturas de partes
moles do sistema músculo-esquelético: músculos, tendões, ligamentos.
A US tem uma história mais antiga no Brasil.
Por muitos anos foi a única opção no diagnóstico dessas lesões. Por
isso, acabou sendo um método mais difundido e com o qual mais
radiologistas se tornaram experientes. Além disso, este é um exame mais
barato e acessível a uma parcela maior da população, enquanto que a RM,
devido aos grandes custos do aparelho e de manutenção, tem um exame com
preço mais elevado e não está disponível em muitas cidades brasileiras
como a US. A RM tem sido amplamente solicitada em casos mais complexos,
pré e pós-operatórios.
Costuma se dizer que a US é um método operador
e equipamento dependente. Entende-se com isso que a qualidade do exame
depende da experiência do médico radiologista e da qualidade do
aparelho. Isso ocorre, porque em se tratando de um exame dinâmico, a
capacidade em se diagnosticar uma determinada lesão está diretamente
relacionada ao momento do exame. Já a RM tem uma documentação
padronizada: seus filmes podem ser levados de uma parte a outra para
serem avaliados por diferentes radiologistas e assim, obtermos
diferentes opiniões e diagnósticos.
Por ser dinâmica, a US permite que o
examinador, ao pedir que o paciente faça flexão ou extensão de uma
articulação, obtenha informações adicionais sobre rupturas musculares ou
tendinosas, por exemplo. O radiologista poderá “assistir” o
comportamento da lesão ao movimento, enquanto que na RM, estática, isso
não é possível.
A RM, no diagnóstico por imagem, é a que tem a
melhor definição e contraste entre as estruturas de partes moles e é o
método a ser escolhido por ser mais abrangente. Produz também imagens
que englobam toda uma região anatômica de uma só vez, ao contrário da US
que produz imagens segmentares. Assim, a RM é uma valiosa ferramenta no
diagnóstico das lesões nos esportes. Por exemplo, na pesquisa de lesões
em joelhos de atletas, a RM será superior à US porque poderá analisar
as estruturas profundas da articulação, que não são acessíveis pelo
ultra-som: cartilagem, ligamentos cruzados, meniscos. Um exame normal de
US não afasta a possibilidade de lesões diagnosticáveis pela RM. A RM
será sempre superior à US em diagnosticar lesões intra-articulares, como
por exemplo: do ombro, tornozelo, quadril, punho, etc.
Lesões musculares sutis podem passar
despercebidas pela US e serem detectadas pela RM, que tem indicação
precisa nesses casos, principalmente em atletas de alta performance.
Pode-se considerar o seguinte algoritmo: US normal, com persistência de
dúvida diagnóstica, indicação de RM. Lesões musculares mais evidentes,
com rupturas parciais ou totais são mais facilmente diagnosticadas pela
US e podem ter seu acompanhamento por este método.
Ambos os métodos necessitam ser aplicados por
radiologista com experiência na área, que será útil nos casos em que for
necessário um diagnóstico diferencial (lesões outras que não
decorrentes do esporte). Da mesma forma, o radiologista
músculo-esquelético que dominar as duas técnicas poderá usá-las de
isoladamente ou combinadas a fim de garantir um diagnóstico mais preciso
da lesão.
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